Corrupção nas pescas: Instituto da Namíbia exige reparações



O Instituto de Pesquisa de Políticas Públicas da Namíbia (IPPR) exigiu reparações à empresa de pesca islandesa Samheri pelo seu envolvimento no escândalo de corrupção Fishrot, que conduziu ao despedimento de mais de mil trabalhadores pesqueiros, afectando centenas de famílias em cidades costeiras. 

O pedido de reparações foi feito durante a divulgação de um relatório que detalha o "grave custo" humano da corrupção transfronteiriça, em centenas de famílias e suas comunidades, num escândalo que implicou vários países e jurisdições, incluindo Angola, pelo envolvimento da ex-ministra das Pescas, Vitória de Barros Neto( na foto), que chegou a ter um mandado de detenção da justiça namibiana. 

O escândalo rebentou em 2019 e um ano depois o Centro de Inteligência Financeira da Namíbia sinalizou 650 milhões USD em "transações contaminadas" ligadas ao Fishrot, um esquema de venda de quotas de pesca abaixo do preço de mercado à Samheri em "troca de milhões USD em subornos".

O caso envolveu dois membros do governoda Namíbia - o ex-ministro das Pescas, Bernard Esau, e o ex-ministro da Justiça, Sakeus Shangala - e empresários locais. 



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No relatório de 44 páginas, assinado por Frederico Links e Ester Mbathera, 13 trabalhadores da indústria pesqueira namibiana "dão voz ao impacto devastador da corrupção, detalhando as suas lutas para garantir novos empregos, manter padrões de vida básicos e participar de forma significativa em actividades sociais", refere o director executivo do IPPR, Graham Hopwood. 

O Instituto de Pesquisa de Políticas Públicas da Namíbia recomenda a criação de uma fundação independente, com poderes para prestar assistência duradoura às vítimas da corrupção dos "Fishrot files", como foi baptizado pela sua associação à Wikileaks, e exige um pedido de desculpas à Samherji pelo "seu papel" no escândalo financeiro.

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