Consulado do Brasil interdita por cinco anos todos os requerentes de visto cujo pedido foi recusado por suspeita de falsificação de documentos



O consulado do Brasil em Angola está a interditar por cinco anos todos os requerentes de visto cujo pedido tenha sido recusado por suspeita de falsificação de documentos, não comprovativo de renda estável e prova de meio de subsistência insuficiente, soube o Novo Jornal junto da Embaixada do Brasil.


Vários cidadãos que viram o seu processo recusado contestam a ideia de que terão entregado documentos falsos e lamentam que o consulado não lhes dê qualquer possibilidade de recorrer da decisão, que consideram ser injusta.

Ao Novo Jornal, o embaixador do Brasil em Angola, Rafael de Mello Vidal, disse que muitos utentes que pretendem viajar para o Brasil têm apresentado documentos falsos para obtenção de visto.

Segundo este diplomata, muitos utentes recorrem a pessoas estranhas à Embaixada, os chamados "despachantes", que se prontificam a ajudar as pessoas com documentação fraudulenta, em troca de dinheiro.



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Rafael de Mello Vidal assegurou que muitos pedidos de visto são recusados por esse motivo e, portanto, os requerentes ficam impedido de fazer nova solicitação por cinco anos.

"Quando detectamos documentos falsos, que têm sido muitos, recusamos e impedimos uma nova apresentação de processo por cinco anos", descreveu o embaixador.

Conforme o responsável da embaixada do Brasil em Angola, em apenas um mês de trabalho intenso, isto em Janeiro deste ano, o serviço consular devolveu 7.000 passaportes cujos pedidos de visto foram feitos de Janeiro a Agosto de 2023.

Em declarações ao Novo Jornal, o diplomata disse que a par dos já rejeitados, outros 7.000 requerimentos de visto, referentes aos meses de Agosto de 2023 até Fevereiro desde ano, estão a ser analisados pelo consulado.

Quanto aos vistos concedidos, Rafael de Mello Vidal, disse que apenas 40 por cento dos pedidos são aceites.

Segundo o embaixador, os motivos que estão na base para a rejeição do visto são documentos falsificados ou incompletos, prova de meios de subsistência insuficiente para o estatuto de turistas internacionais e custo de passagem.

O Novo Jornal apurou que são muitos os utentes que dizem não poder recorrer da decisão para comprovarem que não falsificam ou adulteraram os documentos.

Entretanto, o embaixador assegurou que os especialistas do consulado são pessoas treinadas para detectarem esses tipos de infrações.

Importa lembrar que a emissão de vistos para o Brasil está a demorar até 12 meses. A Embaixada diz receber mais de 40 mil pedidos por ano e que as solicitações vão continuar a demorar. NJ


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