ANALFABETISMO FUNCIONAL NA RÁDIO CAZENGA?

 


Ontem, liguei para um programa da Rádio Cazenga sem saber na altura. Estava o apresentador a fazer um desafio à volta duma música do Robertinho. Como tinha kimbundo para tanto, lá respondi ao desafio. Como o próprio locutor nada sabia do assunto, colocou em dúvida a minha tradução, até que um outro ouvinte corroborou o que eu dissera.

Mas o próprio assunto QUE ME TRAZ até é outro. «Eu sou o Salas Neto. Não conhece o Salas Neto?!», atirei eu, convencido que assim teria de acontecer, quando ligasse para alguma rádio angolana, seja qual for.


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«Quem disse que eu tenho de lhe conhecer?!», contra-perguntou o rapaz DO OUTRO LADO DA LINHA, algo arrogante. Por instantes, cheguei a pensar que o moço haveria de me desligar o telefone na cara, mas felizmente levou a conversa até ao fim. Como já não vejo nada, tive de me manter em sintonia para descobrir de que estação se tratava.

Até que descobri que estava no programa «Broadcasting na rádio», salvo o erro, do DJ Cazuza, na Rádio Cazenga. Fiquei por lá mais uns minutos, até que me cansei de ouvir as senhoras do Zengá a falarem mal dos seus maridos, como o locutor pedira. Acabei por não conseguir compreender que tipo de programa era.

Seja como for, a Rádio Cazenga não devia dar tanto poder de influência a pessoas desinformadas. Na verdade, um apresentador dum programa de várias horas da Rádio Cazenga, onde até já estive em grandes entrevistas, que não conhece o jornalista e escritor Salas Neto, modéstia à parte, é no mínimo um cidadão muito distraído.

Como é então, ó Eliseu Major (com cópia para o Valter Arsénio)?

Ó Ângelo Silva, meu amigo quase do tempo do colono, atenção à jogada. Alguém tem de ensinar a história do jornalismo angolano a estes miúdos.

Salas Neto 

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