Fazendo uma incursão aos Pensadores da Antiguidade, aprendemos que um país pode sobreviver a uma liderança de idiotas, ou até mesmo, gananciosos. Mas, jamais resiste à traição provocada dentro de si mesma, visto que o traidor tem a particularidade de conviver com a entidade máxima do governo e seus pares.
Aliás, Cícero dizia, "um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado."
A Cidade Alta de Luanda representa o centro do poder político em Angola. Curiosamente, os três poderes (Executivo, Legislativo e o Judicial) estão situados no mesmo perímetro. Ou seja, a Assembleia Nacional, o Palácio Presidencial, bem como o Poder Judicial estão localizados na mesma zona. Por essa razão, as principais políticas públicas implementadas no país são "cozinhadas" e divulgadas a partir do "ponto mais alto" de Luanda.
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Entretanto, existem "serpentes e largatos" a volta do Palácio Presidencial, Assembleia Nacional e Poder Judicial. Afinal, quem são os maiores traidores que actuam nesses "areopagos"?
Quais são os quemais perigo apresentam, provocando o caos à Nação?
Mais do que analisar perguntas retóricas, tudo indica que os três poderes assemelham-se a uma "feijoada com todos", onde o vilão e a vítima andam de mãos-dadas, numa amena cavaqueira. De uma coisa não há dúvida, as serpentes e largatos do Palácio são primos-irmãos dos traidores, que desfilam os carros top de gama na Cidade Alta.
Todavia, a história da traição está intimamente ligada à evolução do homem na terra. Trazemos, a seguir, três exemplos para ilucidar o poder destrutivo da traição. Judas Iscariotes, um dos 12 apóstolos de Jesus, é o mais conhecido traidor da história da humanidade. Seu nome virou sinónimo de delator. Por 30 moedas de prata, Ele entregou aos romanos o filho de Deus.
Por outro lado, Marcus Junius Brutus era um dos súbitos favoritos de Júlio César e, em 44 a.C, recebeu nobre título de Pretor. A ambição republicana de Brutus, porém, falou mais alto do que gratidão. No mesmo ano, Ele se juntou a Cassius numa conspiração para assassinar o imperador, que teria dito a famosa frase de decepção: "Até tu, Brutus".
Para terminar, retratar em síntese, a história de Heinrich Himmler. Trata-se de um Homem forte da Alemanha nazista, que comandou as tropas de elite (SS) e a polícia secreta (Gestapo), e foi figura fundamental do Holocausto.
Portanto, em Angola, quem são as serpentes em torno dos três poderes (Executivo, Legislativo e o Judicial)?
Quais são os indivíduos, que mesmo estando dentro, continuam a lutar contra o desenvolvimento do país?
Diante das perguntas expostas, talvez resta-me dar azo ao pensamento de Fernando Affonso Collor de Melo: "Não se faz política sem a participação de traidores. Na política não existem amigos. Mas interesses".
Caso para dizer que, eventualmente, as serpentes e largatos da Cidade Alta estão a andar juntos. Até já me faz lembrar um jovem lavador de carro do Huambo, que não se fartava de cantar o refrão da música do kudurista Godzila do Game, "todos cornos estão a andar juntos".
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