SAÍDA DOS PORTUGUESES FOI UM ERRO CRIMINOSO



Uma transição gradual de 25 anos no período pós-independência teria criado condições para a estabilidade política/económica em Angola. Este período teria proporcionado aos políticos angolanos tempo para adquirir experiência prática na administração do país. A participação activa dos portugueses na transferência de responsabilidades e conhecimentos aos antigos movimentos de libertação teria sido a solução ideal.

O MPLA, era um movimento de guerrilha, assumiu o controlo de Angola sem a devida experiência administrativa e política. Isso resultou em desafios significativos na gestão do país que incluiu a destruição de todas infra-estruturas deixadas pelos portugueses. A colaboração contínua com os portugueses, que poderiam compartilhar conhecimentos institucionais e técnicos, teria permitido uma transição mais suave e eficiente.

A falta de experiência política e governativa contribuiu para instabilidades que perduram até hoje. O MPLA nasceu como um movimento de guerrilha e quando chegaram ao poder não sabiam nada. O pior é que passados 48 anos não sabem o que andam a fazer e não querem aprender. A única coisa que sabiam na altura da independência era dar tiros e matar pessoas, e por incrível que pareça, e é isso continuam a fazer até hoje. Entregar o país de bandeja na mão de pessoas que só sabiam dar tiros foi uma irresponsabilidade sem tamanho.


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A construção gradual de instituições políticas e governativas teria sido crucial para estabelecer uma base sólida para a estabilidade a longo prazo. A falta de estruturas consolidadas contribuiu para instabilidades persistentes após a independência, que poderiam ter sido mitigadas com uma abordagem mais gradual.

A parceria entre angolanos e portugueses poderia se concentrar na educação e no desenvolvimento institucional. Investir em programas de capacitação, promover a transparência e fortalecer as instituições governamentais seriam passos cruciais que ajudariam a melhorar a eficácia da administração pública em Angola. Portugal, com a sua experiência governativa e democrática no desenvolvimento económico e poderia oferecer conhecimentos e orientações que contribuiriam para a capacitação efectiva das instituições angolanas.

Apesar do longo período de governo do MPLA, os desafios económicos, sociais e políticos persistem em Angola. A falta de diversificação económica, a corrupção sistémica e a pobreza generalizada são indícios de que há muito para aprender e aprimorar na administração do país. A corrupção persistente é uma mancha no tecido democrático de Angola. A falta de transparência e a má gestão de recursos públicos minam a confiança na capacidade do governo de servir aos interesses do povo de maneira justa e equilibrada. A economia angolana também teria beneficiado de uma transição gradual. Um planeamento a longo prazo permitiria a diversificação económica, reduzindo a dependência excessiva dos recursos naturais e contribuindo para um crescimento mais sólido e consistente.

Uma transição mais lenta teria proporcionado a preservação da rica identidade cultural de Angola e teria evitado a perda vidas humanas. A entrega irresponsável do poder a líderes sem preparação adequada teve implicações significativos para Angola. A educação política, económica e administrativa teria fornecido as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios complexos que um país recém-independente enfrenta.

Para o futuro o que Angola precisa é o fortalecimento das instituições democráticas e a promoção de um governo mais inclusivo onde os benefícios da independência se estendam a todos e não somente a uma pequena elite do regime. A corrupção sistémica tem desempenhado um papel crucial na perpetuação dessa desigualdade. Os recursos nacionais, em vez de serem distribuídos de maneira justa para beneficiar toda a população, muitas vezes são desviados para favorecer interesses particulares da elite do MPLA.

Os sectores de educação e saúde, essenciais para o desenvolvimento humano, foram especialmente afectados pela desigualdade. Enquanto a elite tem acesso a serviços de alta qualidade, grande parte da população enfrenta deficiências nessas áreas cruciais, contribuindo para um fosso cada vez maior. A maioria dos angolanos enfrenta desafios económicos significativos, incluindo altas taxas de desemprego e pobreza. A falta de oportunidades económicas para a população em geral demonstra uma disparidade gritante entre ricos e pobres.

Malundo Kudiqueba

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