Relações “tensas” entre Angola e Gabão: Embaixada de Angola em Libreville recusa-se em fixar retrato do líder golpista nas paredes da chancelaria



Em meados de Dezembro, Libreville anunciou a retirada do seu embaixador em Luanda. O presidente da transição gabonesa, que espera obter o levantamento das sanções decididas após o golpe de Estado de Agosto último, está incomodado com a intransigência do seu homólogo angolano.


Segundo à Jeune Afrique, Brice Clotaire Oligui Nguema continua a fazer campanha pelo levantamento das sanções da Comunidade Económica dos Estados da África Central e espera que a União Africana (UA) siga o seu exemplo.


No papel, avança a fonte, o objectivo não parece inatingível: o seu golpe foi condenado apenas sem entusiasmo pela comunidade internacional, esforçou- se por dar-lhe garantias propondo rapidamente um calendário de transição e visitou a maioria dos seus pares na sub-região. Mas um obstáculo inesperado surgiu no seu caminho: o chefe de Estado angolano.



Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762


João Lourenço é, até à data, o único chefe de Estado desta parte do continente que não recebeu Brice Clotaire Oligui Nguema. Os dois homens encontraram- se durante a cimeira que a CEEAC organizou no dia 15 de Dezembro em Djibloho (Guiné Equatorial) para fazer o balanço da situação no Gabão, mas Lourenço ficou apenas algumas horas e partiu antes do final da conferência.


Brice Clotaire Oligui Nguema ficou ofendido? No mesmo dia, Libreville decidiu chamar de volta o seu embaixador em Luanda.


Numa carta datada de 15 de Dezembro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Gabão, Michel Régis Onanga Ndiaye, pediu ao diplomata que regressasse o mais tardar até 19 de Dezembro "para realizar um exame aprofundado de certos questões de importância capital". Este nível de tensão não tem precedentes na história das relações diplomáticas entre os dois países, assinala a fonte.


O que perturba o Gabão é a inflexibilidade de Angola. No dia seguinte ao golpe, João Lourenço deslocou-se a Oyo, no Congo, para fazer um balanço da situação com o Presidente Denis Sassou Nguesso. Os dois chefes de Estado condenaram então a tomada do poder pelos militares e apelaram ao respeito pela integridade física de Ali Bongo Ondimba e da sua família.


"Indelicadeza e desprezo"


Mas quase quatro meses depois, Denis Sassou Nguesso suavizou as suas posições. Encontrou-se diversas vezes com Brice Clotaire Oligui Nguema, também próximo do neto, Omar Denis Junior Bongo Ondimba.


A televisão gabonesa não deixou de notar que a embaixada de Angola em Libreville se recusou a colocar o retrato do novo homem forte do Gabão ao lado da de João Lourenço, como é indicado o "Que indelicadeza e sobretudo que desprezo", indignou-se o canal Gabon Première. Em Libreville, mesmo que não seja dito oficialmente, as posições angolanas incomodam.

Luanda Post 

Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

Postar um comentário

0 Comentários