O presidente do Observatório de Coesão Social e Justiça de Angola, Zola Ferreira Bambi, foi hoje, sexta-feira, 05 de Janeiro, impedido de abandonar a sua residência pelos efectivos da polícia nacional afecto a 3.ª Esquadra (vulgo “Esquadra da Vila Alice), pertencente ao Comando Municipal de Luanda.
O advogado e defensor dos Direitos Humanos ficou num espécie de “prisão domiciliar”, ou seja, retido dentro da própria casa por mais de quatro horas, isto é, das 6 até as 10 horas de manhã, até ser levado à esquadra pelos agentes da polícia nacional que invadiram o seu domicílio sem exibir um “mandado judicial”, num claro abuso de poder típico de regimes ditatoriais.
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Ao Imparcial Press, o conhecido “advogado dos revús” explicou como foi o triste episódio protagonizado pelos agentes da polícia nacional, que podem nos próximos dias responder por crimes de “Invasão Domiciliar” e “Abuso de Autoridade”, tipificados do Código Penal, em flagrante desrespeito à Constituição da República de Angola.
“Hoje ao acordar de manhã fiquei surpreendido ao ver a minha porta principal – que dá acesso ao quintal – acorrentada e trancada com um cadeado pelos efectivos da polícia afecto à Esquadra de Vila Alice sem qualquer explicação”, começou por explicar Zola Bambi.
Ao procurar saber sobre o que se passava junto dos seus “carcereiros”, o advogado foi enrolado com conversas fiadas, ou melhor, pernas para andar durante quatro horas. “Quando perguntei a eles sobre o motivo dessa acção, ninguém me respondia, dizendo apenas que cumpriam ordens superiores”, contou.
Depois de quatro horas em “prisão domiciliar”, os agentes da polícia nacional o levaram – feito um ladrão – até a Esquadra da Vila Alice onde ficou, mais uma vez, retido mais de três horas, sem qualquer explicação.
“Na esquadra a polícia disse que havia uma queixa-crime contra mim, e que o queixoso era o meu senhorio. Sinceramente, não era verdade porque nós nunca tivemos problemas”, desmentiu, rematando que só foi solto graças a pronta intervenção da Ordem dos Advogados de Angola e da Associação Mãos Livres.
Curiosamente, este condenável episódio ocorreu num momento em que uma conhecida activista angolana, Laurinda Gouveia, foi detida ontem, quinta-feira, 04, em Luanda, pela polícia nacional, quando participava num protesto contra a condenação de quatro presos políticos – nomeadamente, Tanaice Neutro, Adolfo Campos, Abraão Pensador e Gildo Das Ruas - e da influenciadora digital Neth Nahara.
Imparcial Press
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