Apesar de derrotada, a nível planetário, a fase mais agressiva da Covid-19, que, no seu auge, impunha, entre as medidas preventivas, o uso de máscaras oficiais e a constante higienização das mãos, o general João Pereira Massano, chefe do Serviço de Inteligência Militar (SISM), tomou o gosto pelo uso de álcool gel.
Na apresentação de condolências à família do malogrado Professor Laurindo Vieira, um guarda-costas do chefe do SISM apressava-se a desinfestar-lhe as mãos com álcool gel depois que ele estendesse a mão a alguém.
Feito às claras, o gesto do guarda-costas do general João Pereira Massano pode não traduzir, apenas, receio ou mesmo medo de ser contaminado pelo vírus da Covid ou da já quase desaparecido Marburg.
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Certamente a par de muitas tramas nas instituições castrenses, de que a mal explicada morte de Laurindo Vieira pode ser um exemplo, com a imediata desinfestação das mãos logo após cada cumprimento, o general Massano pode estar a prevenir-se de “micróbios” de outras “galáxias”, aqueles que ou fazem efeitos imediatos ou provocam, no curto prazo, a completa inutilização do hospedeiro.
Considerado o mais forte candidato à chefia do Estado Maior General das FAA, o general Abreu Muengo “Kamorteiro” morreu inesperadamente na madrugada do dia 28 de Novembro de 2022, em Luanda. A morte, que não foi antecedida de qualquer doença de que familiares e amigos tivessem prévio conhecimento, ocorreu a escassos dias da sua putativa nomeação para CEMG das FAA.
Já chefe do SISM, o general Massano deve ter tirado boa nota do estranho acontecimento.
Muito desconfiado, o falecido Presidente José Eduardo dos Santos também se precavia de “recados” manuais. Mas, fazia-o discretamente, usando luvas transparentes, de que poucos se apercebiam.
Ao usar ostensivamente álcool gel após cada saudação manual, o chefe do SISM está claramente a “dizer” que os tempos actuais não estão para brincadeira e que o perigo espreita em toda a esquina.
Com os poderes do SISM amplamente reforçados no seu novo Estatuto Orgânico, que lhe dão ascendência sobre outros serviços de inteligência, o general Massano pode ser um “alvo apetecível”.
Os cumprimentos de mão de que o general Massano cuidava de se imunizar logo depois não eram de cidadãos comuns, que, aliás, muito dificilmente lhe chegariam perto. Eram mesmo de gente da sua “família” política, militar e de inteligência.
É, pois, caso para dizer que o homem sabe do que fala e mais ainda o que faz. Afinal, como ensina a experiência humana, homem prevenido vale por dois.
Correio Angolense
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