Disputa renhida para a liderança da JMPLA



Estão praticamente criadas as condições para a JMPLA realizar seu congresso que irá eleger o novo primeiro secretário nacional desta organização juvenil.

Crispiniano dos Santos, o actual líder do braço juvenil do MPLA, é praticamente uma carta fora do baralho, depois de ter deixado um enorme passivo que pouco ou nada dignificou a organização.

Consta que esteve longe de dar continuidade ao bom trabalho que caracterizou os consulados de Bornito de Sousa, Ângela Bragança, Álvaro Boavida, Paulo Pombolo e Luther Rescova.


Para muitos, ele será recordado como o pior dirigente que a JMPLA já teve, por não ter sido capaz de galvanizar as bases ou mesmo atrair os jovens empresários e intelectuais para as fileiras da organização juvenil.


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Contudo, outros nomes perfilam no horizonte, estando já em campanha Tito Cambanje, Justino Capapinha (apoiado por Crispiniano dos Santos), Hermingarda Fernandes, que conta com o apoio dos filhos da vice - presidente do MPLA, e Isaías Kalunga, actual dirigente do CNJ.

Kalunga, segundo fontes do Club-K, é uma figura que desperta opiniões divergentes. Alguns o acusam de falta de decoro, enquanto outros o reconhecem por seu trabalho em prol da comunidade.


Em relação à sua candidatura, o professor universitário e comentador de questões políticas e sociais na rádio Ecclésia, Albino Pakissi escreveu na sua página do Facebook que a ida de Kalunga à JMPLA demonstrará que esta organização esteve sempre ao serviço do partido governante.

Kalunga, que tem sido um alvo de críticas pelo seu desempenho nos órgãos de comunicação social, é descrito por alguns como um responsável juvenil ambicioso, sendo membro do Conselho da República. O mesmo tem a grande vantagem de ser mobilizador, sendo certo que tem a estrutura do Conselho Nacional da Juventude sob sua tutela

O Congresso é visto como um dos eventos mais importantes que a JMPLA terá à sua frente com vista a resgatar a sua mística.

Dizem as fontes que Justino Capapinha não tem capital político para alavancar a JMPLA, numa competição política que não se compadece com amadorismos ou sentimentalismos.

Tito Cambanje é descrito como um jovem que tem carisma, é combativo, congregador, e o facto de ser intelectual e comunicador nato dá - lhe a vantagem de comunicar bem com as bases e as elites políticas ou dar o rosto pelo MPLA e a direcção do partido nos momentos mais cruciais em debates nos canais nacionais e internacionais.

Teve um infeliz incidente há 2 anos, pelo que pediu desculpas públicas pelo seu acto aparentemente irreflectido. Os críticos acusam-no de defender em excesso nos debates o MPLA e o Presidente João Lourenço.

Hemingarda Fernandes era antiga líder da JMPLA nas eleições de 2022, tendo sido apontada como uma das principais culpadas da derrota em Luanda por não ter tido a capacidade de mobilização e galvanizar os jovens de Luanda.

O desfecho do congresso terá reflexos na vida política do país, visto que no lado oposto está a JURA, de Nelito Ekuikui.

Qual dos quatro concorrentes poderá afrontar o líder juvenil da UNITA?

Quem poderá mobilizar os sectores mais dinâmicos da sociedade a favor do MPLA? Quem poderá tratar da inserção da juventude angolana em benefício do MPLA? São perguntas difíceis, mas que a direcção do partido deve responder.

Carlos Cruz 

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