A transição energética e os desafios do futuro - Rafael Massanga Savimbi



No processo de desenvolvimento da vida humana, a energia desempenhou sempre um papel estratégico. Por exemplo, nas sociedades remotas, o fogo ocupou sempre um lugar importante como fonte de energia.


Com a evolução científica, tecnológica e a mecanização dos meios de produção, os combustíveis fósseis( carvão, petróleo e seus derivados e outros) passaram a ocupar um lugar estratégico na vida sócioeconomica dos países ao ponto de constituir-se num factor de importância geopolítica e geoeconomia. Porém, ao longo dos anos, as variadas actividades humanas entre as quais destaco a extração e utilização das energias fósseis que por sinal também não são renováveis, têm agredido a natureza e exercido uma interferência significativa sobre os sistemas terrestres ( ex.sistema climático), a escala global, com a transformação de aproximadamente 50% da superfície terrestre, e uma perda de biodiversidade num ritmo de extinções de cerca de 100 à 10.000 vezes superior ao pré-humano.


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Para fazer face ao aumento exponencial da poluição do ar, da água e dos solos e não só, os Países têm se reunido em vários fóruns para abordar este assunto e procurar caminhos. É nesta perspectiva em que têm sido promovidas as conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas commumente chamadas de COPs, com o objetivo de encorajar os países a diminuírem os seus níveis de poluição de um lado e do outro lado transitar para a utilização de fontes renováveis de energia, como foi o caso da COP 28 , a mais recente cimeira organizada no último trimestre de 2023 no Dubai.


Com quotas restritivas e não só , o mundo caminha rumo a um processo irreversível de substituição das energias fósseis pelas energias chamadas limpas provenientes essencialmente do ar, sol, água e do hidrogénio, processo denominado hoje por Transição Energética.


A minha reflexão sobre o caso de Angola, vem no sentido de continuar a alertar a sociedade , e a encoraja-la a abordar cada vez mais este tema , pois, sendo Angola um País Produtor de Petróleo, e com uma economia ainda ancorada a esta commodity , há necessidade de preparar cada vez mais o País para esta nova realidade , e não deixar sempre para o fim, o que se pode e deve fazer agora.


2030 considerado como ano apartir do qual a transição energética estará num estágio mais avançado , já está as portas, daí a necessidade de acelerar.
Segundo especialistas, nesta nova fase, acredita-se que as energias renováveis serão mais competitivas em termos de custo e eficiência, tornando-se a principal fonte de energia em muitos Países.


Felizmente e neste quesito, fomos mais uma vez bafejados pela sorte da mãe natureza com um clima ensolarado, com água e ventos. Porém, na condução de homens e mulheres rumo a um futuro melhor, a sorte não basta, pois, a ela é preciso aliar visão e audácia, concordando com o ditado latino segundo o qual “ Fortis fortuna adiuvat “ ou seja “A fortuna favorece os audaciosos “ou ainda “ A sorte protege os audazes”.


Em suma, a transição energética é um processo complexo e uma mudança necessária que envolve desafios geopolíticos, económicos e técnicos, para garantir um desenvolvimento futuro sustentável.


O somatório dos factores acima mencionados pode fazer de Angola um player estratégico no mundo.


Realizemos Angola do futuro hoje, porque é possível!

Por: Rafael Massanga Savimbi


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