Na eventualidade de não poder concorrer ao terceiro mandato em 2027, não querendo deixar “os seus créditos em mãos alheias”, no sentido de garantir também os seus próprios interesses, o Presidente João Lourenço estará já a preparar o seu substituto na Presidência da República, que é um elemento da sua plena e total confiança.
Análises competentes referem que o MPLA, partido no poder em Angola, vai voltar a vencer as eleições em 2027, com o actual Presidente João Lourenço a candidatar-se a um terceiro mandato, contornando o limite de dois imposto pela Constituição angolana.
Segundo os dados avançados, numa antevisão para 2024-2028, o Presidente João Lourenço, deve eleger como prioridades durante o seu segundo mandato a continuação da luta contra a corrupção e a melhoria das condições de vida para recuperar a popularidade perdida.
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Espera-se, entretanto, que apesar do pouco progresso alcançado nas reformas e na diversificação económica, João Lourenço e o MPLA mantenham o poder durante o seu segundo mandato “dado o seu forte controlo sobre o aparelho estatal”, e que o Presidente concorra a um terceiro mandato, vencendo as eleições de 2027, mas, de forma, pouco provável, “que essa eleição seja livre ou justa”.
Enquanto isso, para ir a um terceiro mandato, teria que haver dois cenários: Primeiro, teria que alterar a Constituição, o que o MPLA não tendo a maioria de dois terços no parlamento necessária para tal, iria levar a situações pouco pacíficas. Segundo, usando os seus poderes executivos ilimitados, João Lourenço pode tentar “desrespeitar a Constituição” para avançar.
Este cenário, “dada a insatisfação generalizada contra o regime do partido que governa Angola desde a independência pode descambar numa tragédia”, o que não é recomendável.
Segundo fonte bem colocada, diante de tudo isso, João Lourenço está a ponderar outra forma de, mesmo não voltando a concorrer para um terceiro mandato, manter-se directamente ligado ao poder, ou seja, designando alguém de sua confiança absoluta para ser então o cabeça-de-lista do MPLA e, consecutivamente, ser o próximo Presidente da República, por se crer que os “camaradas” voltarão a vencer as eleições de 2027.
Tal como aconteceu em 2017, quando José Eduardo dos Santos (JES), contra todas as expectativas o indicou para ser seu substituto, não se sabendo a razão para que assim tenha sido e o resultado não terá sido o mais agradável, João Lourenço também pondera “impor” o seu candidato.
Tendo como prova ele próprio em relação a JES, para que não haja depois motivos para lamentar, por qualquer “ingratidão”, o Presidente João Lourenço quer apostar numa “carta” certa.
Assim sendo, atendendo que, desde que chegou ao poder os laços que o unem ao general Fernando Miala tornaram-se muito fortes, “é considerado em círculos políticos influentes, reflexo da consciência que ambos têm de que dependem um do outro, no que toca ao seu futuro político”.
Fernando Miala na qualidade de chefe do principal braço do aparelho de segurança, o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), que controla a dita “comunidade de inteligência nacional”, ajudou em grande medida que João Lourenço se impusesse no regime e depositasse em Miala toda a confiança como “guardião” do seu regime.
Depois do mau clima que viveu durante a vigência do regime de JES, João Lourenço reabilitou-o porque viu que lhe seria útil “na missão de afastar do poder indivíduos conotados com JES e reduzir as influência de outros implantados no mundo dos negócios, entre os quais os seus familiares”, refere a fonte.
“A conduta de João Lourenço seguiu uma lógica de acordo com a qual a consolidação do seu poder dependia da anulação de meios com ligações ao seu antecessor, a que associava ocultos propósitos de conspiração contra si”, descreve, realçando que “João Lourenço deposita em Fernando Miala toda confiança, garantindo a segurança do seu regime, acreditando plenamente na sua lealdade”.
Miala tem prestado ainda especial atenção aos grandes problemas da estrutura do Estado ao mais alto nível, atendendo que uma das funções principais da segurança do Estado em qualquer parte do mundo é precisamente a defesa da integridade nacional, com destaque para o sector económico que, há algum tempo, tem sido seriamente atacado, sobretudo, por dirigentes embusteiros, ladrões, entre outros, que danificaram gravemente o país.
No mesmo sentido, embora de forma um tanto discreta, tem passado mensagens à juventude para reivindicar sim os seus direitos, mas de forma ordeira e cívica, para evitar desmandos que ponham em causa a sua integridade física e não só.
O general Miala, enquanto conhecedor profundo da segurança militar e doméstica, assim como da estrutura sectária do regime, é uma figura capaz de conter “possíveis rebeliões” contra o Estado.
Ainda de acordo com a fonte citada, nos bastidores da Cidade Alta, tem decorrido uma aturada concertação de ideias no sentido de João Lourenço “preparar” Fernando Garcia Miala, para ser o próximo Presidente da República. (J24 Horas)
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