Deputado da UNITA acusado de agredir segurança com duas chapadas no rosto



O deputado pela Bancada Parlamentar da UNITA, empresário Francisco Viana, está ser acusado de dar duas chapadas no rosto de um dos seus seguranças, pelo facto deste ter se distraído no horário normal de expediente, no Km-25,em Viana, nas instalações do Supermercado Kero onde possui vários empreendimentos.

De acordo com um dos trabalhadores, que não quis ser identificado, o facto ocorreu no mês passado, quando o segurança em serviço não notou achegada do empresário, e este, sem meias medidas, deu duas chapadas ao “operativo”.



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Francisco Viana é tido como um empresário arrogante e gaba-se nos corredores que a sua família tem história em Angola, mesmo que os funcionários quisessem fazer uma denúncia ou queixa a qualquer instituição do país nada irá acontecer.

Para além do caso da agressão contra o seu segurança, o deputado que também é o proprietário da “Casa Viana”, do restaurante “Central Dipanda”, da Empresa de Segurança “Zé 2” e da Barbearia Unisex, é acusado ainda de estar a obrigar os seus trabalhadores para o idolatrarem.

“Quem não obedecer, corre o risco de ser despedido da empresa”, denunciam.

Um dos casos mais recentes aconteceu do último domingo, 10, e a vítima foi um funcionário da Barbearia Unisex, identificado apenas por Pedro, que, por não levantar no momento em que o empresário surgiu, foi despedido da empresa.

“Acontece, que tão logo cheguei ao local do serviço não tinha ninguém para cortar o cabelo, apenas o meu colega é que estava com um cliente que, por sinal, erameu cliente muito bem conhecido”. Prosseguindo, disse que este cliente, depois convidou-lhe para almoçar e aceitou.

“Não tardou, o senhor Francisco Viana aparece, mas acontece que naquele dia não levantei”, confessou.

“O patrão, me questionou porque que não levantei, respondi que estava almoçar, por isso não pude”, contou alegando que isto fez com que “ele ficasse tão zangado comigo”.

O nosso entrevistado, conta que de imediato o empresário começou a ofender e a chamar nomes de seguida o expulsou, “você é um bandido, sai logo da minha empresa, seu marginal, aliás vocês todos são bandidos”, descreveu.

Pedro disse que naquele momento o cliente que estava a pagar o almoço ficou tão assustado com o comportamento, primeiro de um deputado que representa uma nação e segundo de um empresário.

“Ele perguntou ao meu cliente se eu era irmão dele”, mas este apenas respondeu: “mesmo se fosse meu irmão não tenho como te responder, pela atitude menos boa que tens com os teus trabalhadores”.

O cliente, conta, ainda chamou atenção ao empresário Francisco Viana que se os seus trabalhadores fossem bandidos não estariam a trabalhar nas suas empresas; pelo que deve repreendê-los em local próprio.

Este jornal sabe que os trabalhadores da Barbearia Unisex de Francisco Viana, entram no local de serviço por volta das 8 horas e largam as 19 horas, ou seja, têm uma carga horária de 11 horas de trabalho.

“Sou muito prejudicado pelos funcionários, eles roubam”, acusa Viana

O Na Mira do Crime procurou o deputado Francisco Viana na tarde desta terça-feira, 12, com propósito de ouvir a sua versão sobre os factos. Após o termos abordado, o deputado disse que não agrediu nenhum funcionário.

“Não maltrato ninguém, o segurança em causa é o da Câmera de Vídeo Vigilância (CVV), foi encontrado a dormir no momento que devia estar a trabalhar”, explicou, acrescentando que, quando chegou no local, bateu a porta, e o mesmo segurança só abriu depois de 5 minutos.

“A única coisa que fiz foi colocar-lhe fora, ao contrário do que se diz que o agredi”.

De acordo com o também empresário, o segurança nunca flagrou nenhum caso de furto.

“Sou muito prejudicado pelos funcionários, eles roubam-me, não apresentam as contas certas, por exemplo, na barbearia, se fizerem 19 cortes nem a metade do dinheiro apresentam e, ainda há dinheiros que eles recebem sem eu dar conta, até os clientes eles roubam”, acusou.

“Todo trabalhador quando é despedido, há um acordo onde eu faço o pagamento dos ordenados que lhe pertence”, destacou, realçando que, o jovem Pedro está remetido aos Recursos Humanos da empresa, “mas ele até ao momento não se fez presente para se resolver este problema”.


Na Mira do Crime


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