A recente decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai impactar significativamente a economia de Angola, um país com forte dependência das receitas do petróleo.
A OPEP determinou quotas de produção de petróleo para seus membros, efetivas a partir de 1 de janeiro de 2024. Angola, um membro da OPEP, rejeitou a quota que lhe foi atribuída, que implicava uma redução na produção.
O governador de Angola na OPEP, Estevão Pedro, afirmou que Angola pretende manter a meta de produzir 1.180 mil barris por dia em 2024, em contraste com a meta de 1.110 mil barris/dia proposta pela OPEP.
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Essa decisão de Angola surge como uma reação à falta de unanimidade na determinação das quotas, uma prática habitual na OPEP. Angola defende que a quota estabelecida pela OPEP está muito aquém das possibilidades do país. Esta posição desafiadora pode levar a uma tensão na relação de Angola com a OPEP, embora ainda não se saiba se isso afetará sua permanência na organização.
José Oliveira, especialista em petróleo e investigador no Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, apoia a decisão de Angola. Oliveira destacou as “grandes diferenças” na forma como as quotas foram determinadas para os países africanos, comparadas aos países do Golfo.
O especialista ressaltou, em entrevista a Lusa, a situação da República Democrática do Congo, que pode manter sua produção atual, e da Nigéria, que teve autorização para produzir 1.500 mil barris por dia em 2024.
Oliveira argumenta que a OPEP adotou um olhar diferenciado para os países africanos, o que ele considera injusto. Ele também opinou que seria um “erro político” para Angola sair da OPEP, sugerindo que a contestação de Angola pode ser útil em negociações futuras.
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