“As pessoas brancas não perdoam a ascensão social de uma pessoa negra”, Conceição Queiroz



O racismo enquanto perturbação é o tema do novo livro da jornalista Conceição Queiroz. Apresentado em novembro, Racismo – Meio Século de Força reúne testemunhos reais, para denunciar as consequências diárias de uma prática enraizada na sociedade portuguesa.

“É um livro cru, é duro. Não vão encontrar aqui o politicamente correto”, afirma a autora. Neste que é o quinto livro – o primeiro sobre racismo – da mais galardoada jornalista da TVI e CNN Portugal, Conceição Queiroz evitou o registo “mais académico”, para criar uma obra “que qualquer pessoa pudesse ler, do princípio ao fim, e que não ficasse a meio ou desistisse” após algumas páginas.

“Enquanto jornalista, esse é o meu papel, é descodificar de alguma maneira. É trazer o debate para cima da mesa e deixar luzes”, diz. “Quero muito que as pessoas possam fazer algo que normalmente não se faz, que é pensar, refletir, e que possam pegar em alguns pontos do livro e ir à procura de mais informação.” À BANTUMEN, a jornalista contou também as várias tentativas que fez para ver este trabalho publicado – processo, em si, assintomático da forma como o país trata o problema do racismo.


Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762


O convite surgiu, inicialmente, da parte de uma grande editora, na sequência de uma série de reportagens que assinou na CNN Portugal. Ainda hesitou em aceitar – por haver “tanta coisa no mercado que ninguém lê” –, mas a maior surpresa veio depois, quando recebeu um telefonema a informar que aquela chancela já não tinha interesse no trabalho.

“Esta é a primeira rejeição.”  Com apenas alguns parágrafos escritos, Conceição Queiroz decidiu avançar e procurou uma outra editora. “Isto é muito forte, parece um manifesto”, responderam-lhe por email. O sim surgiu há quarta tentativa, com o livro já praticamente terminado. “Isto para dizer que, em relação aos quatro livros anteriores que escrevi, não me deparei com qualquer problema. Aliás, tinha várias editoras atrás de mim. Eram as editoras que me procuravam. Porque as temáticas eram diferentes.”

Bantumen

Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

Postar um comentário

0 Comentários