António Carlos Sumbula, ex-presidente do Conselho de Administração da Endiama, tem sido alvo de intensa atenção devido às suas atividades na indústria dos diamantes em Angola. Sumbula é conhecido como o "homem diamante" devido ao seu envolvimento em várias empresas relacionadas com a comercialização dessas pedras preciosas.
Em 28 de agosto de 2006, Sumbula fundou formalmente a empresa privada Mi Diamond, Limitada, cujo objetivo social é a comercialização de diamantes e outros recursos naturais, bem como a prospecção, pesquisa e produção de recursos mineiros. Além disso, a empresa também atua nos setores da construção civil, obras públicas, agricultura, pescas, hotelaria, turismo e imobiliária.
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A maior parte do capital social da Mi Diamond, cerca de 99%, pertence a António Carlos Sumbula, enquanto o restante 1% é detido por Miguel António Chambole, outro sócio da empresa.
No entanto, a parceria entre a Mi Diamond e a Sodiam, uma subsidiária da Endiama, é ilegal de acordo com a Lei da Probidade. Sumbula não pode ser sócio privado de uma empresa que ele mesmo dirige como funcionário público. A Sodiam é responsável pela comercialização de diamantes e detém o direito exclusivo de venda dessas pedras preciosas. A lei proíbe os gestores públicos de realizar negócios privados com o Estado visando enriquecimento pessoal.
A Mi Diamond estabeleceu-se nas Lundas, em parceria com a Sodiam, para atuar nas principais zonas de compra de diamantes produzidos por garimpeiros. A empresa possui mais de dez casas de compra em Cafunfo, no centro da zona mineira da província da Lunda-Norte. Esses postos de compra são gerenciados por cidadãos libaneses, um belga, um francês e um brasileiro. A rede de negócios de Sumbula com os garimpeiros foi impulsionada principalmente por um libanês conhecido como Boss Mouien, considerado o principal comprador de diamantes do garimpo no Cuango. A Mi Diamond também possui postos de compra em outras áreas de grande atividade de garimpo, como a vila do Cuango, Xamiquelengue e Muxinda.
O esquema de compra de diamantes do garimpo realizado pela Mi Diamond é questionável. Os garimpeiros vendem suas pedras preciosas à empresa sem qualquer registro de transação e a preços manipulados. Os valores de compra são decididos entre os postos de compra, prejudicando os garimpeiros e não correspondendo ao valor real dos diamantes.
Além disso, o Corpo de Segurança de Diamantes, responsável pela emissão das credenciais dos compradores da Sodiam e da Mi Diamond, não fiscaliza adequadamente suas ações. Há relatos de envolvimento direto de compradores, como o belga Cixten, no patrocínio de grupos de garimpeiros, principalmente nas áreas de Kavuba e Ngana Canga.
A falta de registro das transações facilita a transferência das pedras de maior valor para a República Democrática do Congo, por meio de correios humanos, resultando em perdas significativas de receita para a Sodiam, que deveria ser responsável pela comercialização de toda a produção de diamantes no exterior do país. Essa prática viola o Sistema de Certificação de Kimberley, que exige o registro de todas as transações de diamantes desde a sua origem, incluindo a primeira venda após a extração. O Sistema de Kimberley foi estabelecido para eliminar o comércio ilegal de diamantes, conhecidos como "diamantes de sangue", no mercado internacional.
Além das violações mencionadas, Sumbula também é acusado de corrupção e de violar a Lei da Probidade, pois acumula um cargo público como presidente da Endiama e uma função privada como sócio-gerente da Mi Diamond.
Até o momento, a Procuradoria-Geral da República iniciaram investigações sobre esses crimes públicos. Há especulações de que Sumbula tenha o apoio do presidente da República e do ministro de Estado e chefe do Gabinete de Segurança Nacional para evitar qualquer ação legal contra ele.
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