Manuel Arnaldo de Sousa Calado, antigo Presidente do Conselho de Administração da Endiama, sentiu-se incomodado com o anúncio da suspensão de subsídios que recebia pela estatal SODIAM, enviando uma mensagem ao atual PCA Eugenio Bravo da Rosa na qual declarou ter sido "escorraçado e humilhado".
Formado em Economia pelo Instituto Técnico Superior de Lisboa, Manuel Arnaldo de Sousa Calado dirigiu a ENDIAMA até ao ano de 2008, altura em que remeteu uma carta à então Presidência da República invocando motivos de saúde. Para além do cargo de PCA da estatal de diamantes, ele era também Presidente do Conselho de Administração da SODIAM, responsável pela Comercialização de Diamantes de Angola e da ENDIAMA China International Holding Limited.
Antes de deixar a ENDIAMA e a SODIAM, terá deixado uma norma que o permitia receber mensalmente subsídios das duas empresas. Pela SODIAM, Manuel Arnaldo de Sousa Calado, que no próximo dia 25 de dezembro completa 65 anos de idade, recebia 10 milhões de kwanzas por mês.
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O mesmo deixaria de receber tal subsídio até setembro passado, altura em que a SODIAM foi multada pelo Tribunal de Contas, depois de uma auditoria ter concluído que os subsídios vitalícios aos antigos membros do conselho de administração do tempo de Arnaldo Calado eram irregulares. Para além da multa, o Tribunal de Contas ordenou a retirada do nome dos antigos gestores das folhas de salários desta sucursal da Endiama, responsável pela compra, venda e exportação de diamantes de produção nacional.
Ao tomar conhecimento do corte do subsídio, o antigo gestor reagiu mal enviando, no passado dia 18 de novembro, uma carta ao atual PCA da Sodiam Eugénio Bravo da Rosa, expressando que a sua surpresa ao constatar que a alegria inicial pela nomeação do referido gestor se transformou em um pesadelo pessoal. Calado desabafa sobre a sua inesperada exclusão e humilhação na presença de ex-colegas, atribuindo esses acontecimentos ao PCA Eugenio Bravo.
“Pois é exactamente enquanto membros da minha geração e do mesmo ciclo estudantil e até de amizades estão a gerir o Sector e a SODIAM, sou escorraçado e humilhado na presença de meus ex colegas sem dó nem piedade pelo DR BRAVO”, escreveu o antigo gestor lembrando que “tudo dei, tudo fiz, até erros também cometi, mas não estava preparado para tamanha humilhação e reduzido a um insignificante pedinte por parte do DR BRAVO”.
A carta que o Club-K teve acesso é permeada de emoções, com Arnaldo Calado compartilhando o seu desapontamento e destacando seu sentimento de desvalorização diante do atual PCA da SODIAM. Apesar das dificuldades enfrentadas, ele expressa seus desejos de que o Dia da SODIAM seja comemorado com alegria e grandiosidade.
Na missiva, Calado recorda com nostalgia o dia 18 de novembro, marcado pela criação da SODIAM, e estende seus votos de felicidade ao atual PCA, à Administração e a todos os colaboradores da empresa. O mesmo relembra os desafios enfrentados desde 1999, destacando momentos de resistência e a crença no sucesso das ideias relacionadas ao combate aos diamantes de sangue.
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