O Grupo Parlamentar da UNITA vai solicitar à presidente da Assembleia Nacional o agendamento, urgente, de uma audição parlamentar à ministra da Saúde para explicar a origem dos fundos empregues na requalificação do Hospital Geral do Prenda.
No sábado passado, o Presidente da República visitou as obras de reabilitação daquela unidade hospitalar de nível terciário.
A requalificação do hospital contemplou a construção de um segundo bloco operatório, uma área destinada a serviços de nefrologia e a expansão do espaço para os cuidados intensivos.
As obras de modernização de Hospital Geral do Prenda deverão estar concluídas em Março do próximo ano.
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A ministra da Saúde disse ao Presidente da República que a empreitada é integralmente suportada pelo próprio hospital.
“Já estávamos numa situação bastante difícil, razão pela qual o próprio hospital, por iniciativa própria e com poucos recursos, começou, de forma faseada, a dar tratamento a algumas áreas prioritárias do hospital”, disse.
Como todos os outros hospitais públicos, também o Hospital Geral do Prenda é uma unidade orçamental, que nos últimos anos não recebeu qualquer dotação para fazer obras da envergadura das que estão em curso.
A UNITA quer que a ministra da Saúde esclareça a origem dos fundos.
Não está a ser tomada a sério o argumento, atribuído ao director geral do hospital, Tomás Cassinda, segundo o qual o dinheiro que custeia a requalificação resulta de consultas externas, cobradas ao preço de 2.000,00 kz.
Contas simples mostram que o hospital teria de fazer 7.500.000 (sete milhões e quinhentas) consultas para arrecadar 15 mil milhões de kwanzas, que é o custo estimado das obras já realizadas.
Não se sabe o período temporal em que quase um quarto da população de Luanda foi ao HGP fazer consultas externas.
“Podemos estar diante de uma gigantesca operação de lavagem de dinheiro”, segundo disse ao Correio Angolense fonte do próprio Ministério da Saúde.
É essa suspeita que motiva a UNITA para o pedido de audição parlamentar.
Embora duvidosa, no sábado o Presidente da República não mostrou qualquer perplexidade quanto à pretensa origem dos fundos que suportam a requalificação do HGP.
Nos termos da Constituição, as audições e interpelações aos ministros de Estado, ministros e governadores provinciais ocorrem “mediante prévia solicitação ao Presidente da República, a qual deve incluir o conteúdo da diligência”.
Ou seja, no pedido de agendamento da audição, a UNITA terá de explicar o que quer ouvir da ministra da Saúde. Caberá ao Presidente da República, que já sabe da matéria, decidir se autoriza ou não que Sílvia Lutucuta seja “espremida” pelos deputados.
Correio Angolense
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