É inaceitável que a RNA, a nossa «rádio de soberania», que faz de tudo para transmitir todos os jogos da selecção de futebol de Portugal, antigo país colonizador, não tenha feito porra nenhuma para acompanhar ao detalhe a saga da sua equipa nacional no desafio que hoje disputou em Port Louis, diante da similar das Ilhas Maurícias, para a segunda jornada da campanha de qualificação ao «mundial» das Américas, no México, Canadá e Estados Unidos, em 2026.
Deixei tudo o que tinha a fazer, peguei na minha ditemba e fui à «placa dos traiçoeiros», para acompanhar o relato da Rádio 5, marcado para as 17 horas, a chupar umas birinaites. Para meu espanto, depois de bué de minutos a ouvir publicidade, fiquei a saber revoltadamente que não haveria relato do jogo em directo, nem coisa mais ou menos parecida, após o pivot da emissão surgir a dizer que a «rádio de soberania» se ficaria por uns apontamentos pontuais da marcha do tempo e do resultado.
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Mas, mesmo isso foi feito tudo à-toa, em meio a umas reportagens da xaxa e alguma música das antilhas coisos e tal. Mas, a pior porcaria aconteceria depois do pivot dar o último apontamento antes do final do jogo, dizendo que se estava aos 89 minutos e o marcador em branco, com os «palancas negras» a mandarem uma bola ao poste momentos antes. Ora, estando o jogo a acabar, pensei que a estação se preocuparia em dar pouco depois o desfecho, já a contar com a ansiedade dos milhões de angolanos que atêm como a principal fonte de informação para estas coisas, mas, ao contrário do que se esperava, só uns 40 minutos depois é que tal viria espantosamente a acontecer.
Isso porque o meu amigo Nelson Ventura, que no antigamente por essa altura já nos estaria a indicar aonde iríamos buscar o cabaz do Armindo César, que saudades daqueles bons velhos tempos, ter resolvido entrar em estúdio com uns convidados da organização do «Tibasket», para um exaustivo balanço da quinta edição desse torneio internacional de basquetebol para veteranos, decorrido até domingo no Kilamba, ao que se disse, com bastante sucesso. Acho que se ele tivesse tido noção, haveria de interromper a conversa por menos de um minuto, para informar ao público como tinha acabado o jogo em Port Louis.
Por outro lado, este descaso da rádio nacional pode fazer desconfiar de que o actual governo se estará cagando, passe a força da expressão, para a presente campanha mundialista, se não o engajamento seria bem diferente. A fechar, uma nota para o Bruce de Oliveira, apenas a corrigir que Angola está no quarto e não no quinto posto, com dois pontos, atrás dos Camarões, Cabo-Verde e Líbia, que já vão nos quatro.
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