O Capitão Joaquim Cardoso, militar das Forças Armadas Angolanas (FAA), está preso desde o dia 22 de agosto de 2023, por alegada ordem do General Altino José dos Santos, Chefe do Estado Maior General das FAA.
Segundo apurou o Club-K, a prisão do Capitão Cardoso está relacionada com o desaparecimento de uma quantia de 100 mil dólares da casa do General Altino José dos Santos. A esposa do Capitão Cardoso, ex-cozinheira na residência do Chefe do Estado Maior General, foi acusada de desaparecer com uma quantia em causa. Essa acusação levou a uma série de eventos controversos, incluindo interrogatórios coercitivos conduzidos pelo diretor do Gabinete do procurador militar das FAA, Benvindo Banda.
A esposa do Capitão Cardoso, foi interrogada pelo procurador Benvindo Banda, sem a presença de um advogado. Os advogados da mulher do Capitão Cardoso questionaram a legitimidade da Procuradoria Militar exercer a acção penal, uma vez que a sua cliente é civil. Os mesmos apelaram ao procurador Benvindo Banda para enviar o processo para o foro comum, mas o procurador recusou.
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Em vez disso, o procurador Benvindo Banda decidiu chamar o Capitão Cardoso para o processo. O Capitão Cardoso, sem qualquer ligação direta ao suposto desaparecimento dos valores, foi interrogado e preso no dia 22 de agosto, sob a alegada ordem superior.
Os advogados do Capitão Cardoso alegam que ele está a ser usado como bode expiatório. Os mesmos afirmam que o General Altino José dos Santos é o único que poderia ter acesso aos 100 mil dólares desaparecidos. Enquanto isso, os trabalhadores domésticos da casa do General circulam livremente, levantando questionamentos sobre a equidade e a legalidade do caso.
O Capitão Cardoso está preso desde o dia 22 de agosto. O mesmo já recorreu ao Tribunal da Região Militar de Luanda, mas o seu pedido de habeas corpus foi negado.
O caso levanta preocupações sobre a independência do Ministério Público e da Justiça angolana.
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