Em memória do Kamba Luís Araújo, falecido recentemente em Portugal - Reginaldo Silva



Nos meus arquivos tenho algumas matérias onde o fui reencontrar, quando ele era uma das vozes que mais alto se fazia ouvir em Luanda em defesa dos direitos humanos.


Em sua homenagem nada melhor do que revisitar este seu passado feito com bastante coragem em torno da SOS-Habitat, um projecto cívico que continua por aí e que será certamente uma das passagens da sua vida com que ele gostaria de ser recordado.
Haverá outros, certamente...

■Janeiro 2006
Como era de se esperar o conhecido activista dos direitos humanos Luís Araújo que coordena a associação da SOS-Habitat foi a primeira voz que se fez ouvir reagindo ao encontro que o Governador Provincial de Luanda manteve no Parlamento sobre a problemática das demolições e dos desalojamentos que afectam particularmente as camadas mais pobres da sociedade.


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O governador de Luanda, Job Capapinha foi convocado terça-feira pela Assembleia Nacional para se explicar sobre o que se está a passar no terreno, onde o camartelo do seu executivo tem actuado de forma implacável contra o que se considera ser a construção ilegal em terrenos tidos como sendo reserva do estado.


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Luís Araújo da SOS-Habitat, a associação que mais se tem destacado na protecção dos direitos dos populares afectados pelo camartelo do GPL disse que as demolições têm de ter cobertura legal, tendo reafirmado a intenção da sua associação de alargar e aprofundar a resistência aos propósitos do GPL.


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Luís Araújo da SOS Habitat, no inicio de um ano onde a agenda política já tem como primeiro tema polémico a problemática das demolições e desalojamentos nos arredores da capital.

■Março 2006
Depois da Amnistia Internacional ter manifestado sérias preocupações em relação à política de demolições de casas populares que está a ser levada a cabo pelas autoridades provinciais em alguns municípios periféricos da capital angolana foi a vez agora das Nações Unidas reagirem de forma idêntica aos últimos acontecimentos que atiraram para o relento de forma particularmente violenta centenas de famílias pobres.


Pode-se dizer que este dossier, o das demolições em Luanda, está já internacionalizado, tendo o Governo angolano a partir de agora possibilidades de se vir a sentar no banco dos réus acusado de estar a violar a lei internacional que protege os direitos humanos em todo o mundo.


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Luís Araújo o coordenador da SOS-Habitat que se tem destacado ao nível da sociedade civil como o grande advogado da causa dos atingidos pelo camartelo do governo provincial, disse a BBC que as Nações Unidas estão aumentar o nível da sua intervenção em relação ao dossier das demolições em Luanda.
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O activista dos direitos humanos faz-nos seguidamente o ponto da situação das populações atingidas recentemente pelo camartelo do Governo provincial no município do Kilamba Kiaxi, nos arredores do projecto habitacional que está a ser edificado pelo Governo denominado Nova Vida.
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Luís Araújo da SOS-Habitat, uma ong voltada especificamente para a defesa do direito à uma habitação condigna em Angola, numa altura em que as Nações Unidas acusaram o governo de estar a violar de forma grave os direitos humanos com a sua prática sistemática de demolições e despejos forçados.


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