Bispo Dom Afonso Nunes diz que é possível o islão coexistir pacificamente com o cristianismo em Angola



O líder da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, vulgo Tocoista, bispo Dom Afonso Nunes, admitiu ser possível uma coabitação pacífica e harmoniosa entre os cristãos e os muçulmanos, apesar da existência de certas diferenças doutrinárias na Bíblia e no Alcorão.

O bispo tocoista, que falava à imprensa à saída de uma audiência que concedeu ao presidente do Conselho Islâmico de Moçambique, Sheikh Mohamed, que durante cinco dias trabalhou em Luanda com a comunidade islâmica da capital, em representação dos membros espalhados pelo país, afirmou que:

Para Dom Afonso Nunes, diante de Deus e dos homens que compreendem a mente de Deus, tudo é possível para se ter essa convivência. O bispo lembrou-se de muitos encontros em que participou a nível do mundo, com vista à busca de entendimento entre as religiões islâmica e cristã.


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“Eu já participei em vários encontros e conferências pelo mundo com outras religiões, incluindo o islão, em debates importantes para se encontrar os caminhos de entendimento de convivência pacífica”, disse Afonso Nunes.

O responsável máximo da Igreja Tocoísta em Angola afirmou que, diante do interesse do Conselho Islâmico de Moçambique, “razão pela qual abrimos as portas para recebê-los e sabermos o que pensam”, assinalou Dom Afonso Nunes.

Por sua vez, o líder do Conselho Islâmico de Moçambique, Sheikh Mohamed Aminuddin, disse que o encontro com a liderança da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo foi proveitoso, pois permitiu conhecer, pela primeira vez, a existência desta confissão religiosa.

Sheikh Mohamed Aminuddin entende que encontros do gênero “são úteis” para a aproximação e aquisição de mais conhecimento, bem como para trabalhar em comum para o bem da sociedade.

O também presidente do Conselho das Religiões de Moçambique, que traduziu o Alcorão do árabe para o português, afirmou que o islão é uma religião de paz que trabalha na moralização da sociedade com atos que combatem a prostituição, a criminalidade, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, a fuga à paternidade e outros males que enfermam a humanidade.

Esclareceu que o terrorismo não pode ser associado à religião islâmica, porquanto o islão significa paz. “Terrorismo, violência, nenhuma religião apoia”, disse Mohamed Aminuddin, para quem “os bons existem em toda a parte assim como os maus também existem em toda a parte, pelo que não faz sentido associar os atos de violência ao islão”, esclareceu.

O presidente do Conselho Islâmico de Moçambique deixou Angola neste domingo, 26, depois de cinco dias de trabalho junto da sua comunidade, em Luanda.

Ao contrário de Moçambique, em Angola a religião islâmica ainda não foi acreditada pelo Estado angolano, um processo que se arrasta há vários anos.

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