É controversa a análise do que se passa sobre como somos referenciados na sociedade.
Talvez seja natural, sobretudo para aquelas pessoas com mais visibilidade social, as consideradas figuras públicas, que ficam condicionadas a parâmetros da avaliação pública ou não, por factores conhecidos pelo seu posicionamento na vida pública, na política, na carreira artística, nas convicções religiosas, no associativismo ou de como se colocam perante os factos sociais no meio em que estão inseridas.
Há, particularmente, aquelas pessoas públicas que se destacam, e com mérito, pela competência, forma de ser, de estar, de actuar e o equilíbrio, mas que não agradam, ainda assim, a outros. E, deste ponto de vista, existem algumas pessoas que, mesmo tendo as qualidades de mérito a que nos referimos, são vistas como duvidosas por determinados círculos, passando a tê-las como aquelas com os quais não nos devíamos juntar, estar perto, trocar ideias e colher contribuições.
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Matamos o carácter de alguém que muito poderia contribuir de forma honesta para o desenvolvimento social por razões, na maior parte das vezes, subjectivas ou mesmo pela falta de idoneidade intelectual, por caprichos de interesses desfavoráveis ao bem comum, por inveja ao sucesso do outro, por oportunismos de ocasião, enfim, por toda espécie de maldade. Esta é a dura realidade, que torna, num ápice, uma pessoa na ovelha negra da tribo.
Este comportamento reprovável dos assassinos de carácter, que, infelizmente, estão em todo o lado, fizeram com que muitas pessoas comprometidas de facto, defensoras do bem comum, com conhecimento e provas dadas, com saber efectivo e com contribuições pertinentes e valiosas se remetessem ao silêncio, as quais, do silêncio, com olhar distante e dor imensurável, olham para os nossos desafios com frieza e mágoa, porque têm a consciência de que poderiam ser mais úteis.
Efectivamente, não devemos permitir nem estar reféns de que o mérito, a competência e o saber sejam subjugados à mediocridade de quem só queima e suja a reputação de outrem, descredibiliza o respeito e a honra alheia, nem aceitar que o certo passe a ser errado e vice-versa.
Devemos engajar-nos, todos, pela inversão colectiva destas tendências maliciosas que só destroem o melhor que uma sociedade pode ter, que são pessoas com carácter, competência, dignidade e saber.
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