Militares ouvidos pela secreta



Três oficiais das Forças Armadas Angolanas foram convocados para interrogatório pelo SISM - Serviço de Inteligência e Segurança Militar, após comparecerem em uniforme militar durante o julgamento de uma procuradora Natasha Sulaia e Santos Andrade Santos, no Tribunal Supremo. A presença dos militares foi relatada pela imprensa angolana (Novo Jornal e AngoNoticias), que os apresentou como escoltas da magistrada, gerando preocupação entre as autoridades.


O julgamento, que culminou com o veredicto final, ocorreu no último dia 13 deste mês. De acordo com apurações, familiares da magistrada, seu esposo militar (um comando) junto com um colega, e outro militar relacionado, compareceram à audiência, supostamente para expressar solidariedade à procuradora.


No entanto, o que inicialmente era uma demonstração de apoio logo se transformou numa situação preocupante quando os referidos militares foram notificados para interrogatório pelas autoridades de inteligência militar no dia 16.


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Segundo informações obtidas pelo Club-K, durante o interrogatório, os comandos militares teriam sido ameaçados e questionados sobre sua relação com a procuradora. Os mesmos foram indagados se recebiam pagamento dela pelos supostos serviços de escolta e intimidados com a possibilidade de enfrentarem processos de desmobilização compulsória. O assunto foi encerrado quando explicaram que um deles era membro da família da procuradora, enquanto os outros eram colegas do esposo militar que compareceram para acompanhá-la.

 

De acordo com as explicações, o Código de Processo Penal Angolano (CPP) não proíbe expressamente que militares assistam a julgamentos civis fardados. No entanto, o CPP prevê que os julgamentos civis devem ser públicos, a menos que a lei estabeleça o contrário. Isso significa que qualquer pessoa, independentemente de sua condição social ou profissional, pode assistir a julgamentos civis.

 

Club-K

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