A administração da “Nova Cimangola” é atualmente composta por treze diretores, dos quais apenas dois são cidadãos de nacionalidade angolana.
Documentos a que o Club-K teve acesso indicam que o salário médio dos referidos directores está fixado em 17 milhões de kwanzas, com os subsídios incluídos e tendo regalias exorbitantes como 200 mil kwanzas semanais para diversão e o direito à atribuição de uma viatura, uma casa, empregados e segurança pessoal.
Todas essas benesses chamaram a atenção de um ex-diretor mencionado numa carta de denúncia dos funcionários da referida instituição. Referindo que, na altura, o referido diretor decidiu contestar uma série de irregularidades que decorriam de esquemas para facilitar o desvio de altas somas em dinheiro dos cofres da Cimangola. Inclusive, questionando se tais benesses eram em troca da garantia do silêncio dos referidos diretores.
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De acordo com a carta de denúncia em posse deste portal, o ex-diretor confrontou o PCA sobre vários esquemas que decorriam na empresa sem qualquer explicação aos membros da direção, o que o levou a questionar objetivamente um alegado esquema de compras de produtos, materiais e equipamentos que obrigatoriamente devem passar pela intermediação de uma empresa denominada TECHBELT, que usufrui em todas as compras feitas pela Cimangola cerca de 25% do valor global de cada fatura.
Esta ação de irreverência custou o afastamento deste ex-diretor da liderança da Nova Cimangola e consequentemente a sua rescisão contratual, alegando-se que o mesmo não correspondia mais aos interesses da empresa.
Na mesma carta de denúncia, os funcionários revelam que a TECHBELT é uma empresa pertencente ao atual PCA da Nova Cimangola, o português Pedro Pinto, que indicou outro português, António Santos, como responsável dessa empresa.
Os funcionários, que decidem não se identificar por medo de represálias, explicam ainda que António Santos foi o diretor de compras da Nova Cimangola há cerca de 10 anos e que, por esse motivo, Pedro Pinto confiou-lhe a criação da TECHBELT para possibilitar o desvio, por via deste esquema, de altas somas em dinheiro dos cofres da Cimangola. Foi expressamente proibida qualquer compra feita no estrangeiro em nome da Nova Cimangola sem passar pela TECHBELT como intermediária oficial e orientada a não adquirir qualquer produto ou material em fontes oficiais ou empresas especializadas para possibilitar o esquema fraudulento.
Para ter uma ideia, a mesma carta explica ainda que a Cimangola comprou cerca de 180 camiões de uma empresa fantasma no exterior com uma sede também fictícia aqui em Angola, no km 44, denominada Andali Prestações de Serviços, onde cada camião basculante foi adquirido a 90 mil USD de acordo com as faturas apresentadas pela Direção de compras da Nova Cimangola.
Nessa aquisição, a TECHBELT faturou 22.500 USD (vinte e dois mil quinhentos dólares) em cada camião, perfazendo uma faturação de cerca de 4.050.000,00 USD (quatro milhões e cinquenta mil dólares).
Este portal contactou a direção da Nova Cimangola, que prontamente se recusou a prestar qualquer esclarecimento sobre o assunto, tendo respondido apenas através de um comunicado interno que só prestarão qualquer esclarecimento perante qualquer órgão de justiça.
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