Cláudio Santos diz que há muito que o País entrou em falência, que as contas até então apresentadas publicamente “estão erradas” e que o governo liderado pelo Presidente João Lourenço “mente nos discursos”.
Cláudio Dias dos Santos (CDS), tem 47 anos de idade, 23 dos quais dedicados aos negócios nos sectores da indústria, restauração e imobiliário. Acredita ser “um político por excelência” e, portanto, um potencial candidato à Presidência da República em 2027 com ou sem apoio do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de onde diz ser militante desde os tempos da OPA, Organização de Pioneiros Agostinho Neto.
O filho de Fernando da Piedade Dias dos Santos, que nos sucessivos governos de José Eduardo dos Santos, chegou à número dois do Executivo, sabe que para chegar à Presidência da República precisa, antes, conquistar a simpatia e a confiança de Eduardistas e dos Lourencistas, desafio que antevê ser doloroso, mas alcançável. Criar um partido político ajustado à raiz do MPLA é uma porta de escape na manga.
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Cláudio Dias dos Santos - Em português simples e directo, posso afirmar que Angola está falida e o governo mente nos discursos. As contas apresentadas estão erradas e posso explicar como e porque.
Como justifica essa afirmação?
CDS - Podemos ser membros de todas as organizações do mundo um país que não produz nada não consegue suportar uma desvalorização de 100 para 1000 como a que temos e se não estou certo, provem com números que Angola tem saúde Economico/Financeira.
É verdade que a andou a desalojar cidadãos estrangeiros no condomínio Dolce Vita ? CDS - Isso é falso
- É um empresário bem sucedido. Em que medida este sucesso decorre da posição que o seu pai ocupou no aparelho do Estado?
CDS - Quando se é filho do Nandó, não se sabe onde começa a tua competência pessoal e onde começa a influência do teu pai nas tuas coisas. Desde pequeno aprendi a viver como um demérito para diminuir a dor da ausência do elogio sincero mas não esqueci-me de trabalhar para conquistar algumas coisas.
Sendo filho de um político que ocupou cargos relevantes no aparelho do Estado, por quê é que preferiu os negócios ao invés da política?
CDS - Tenho 47 anos de idade e estou na gestão de empresas há 23 anos. Entendi que seria mais útil servir o País e aos angolanos gerindo empresas.
Qual é a sua trajectória nas estruturas do MPLA ?
CDS - Sou militante desde os tempos da OPA, Organização dos Pioneiros Agostinho Neto. Desfilei no primeiro de Maio a pé e fardado. Participei no círculo de interesse da polícia de trânsito. Era um daqueles miúdos que nos desfile estava fardado ao lado da minha família, nos anos 92, organizamos passeatas, e de noite colva panfletos do MPLA na estrada e nas paredes dos nossos vizinhos.
Tem militância activa?
CDS - Sou mais que activo. Se assim não fosse, não tinha parado de estudar no dia em que mataram o fundador da UNITA, Drº. Jonas Malheiro Savimbi. Neste dia, entendi que era mais útil ajudar a reconstruir o País através dos negócios do que terminar a minha licenciatura. E não me arrependo de não ter terminado a faculdade.
O que o motivou a anunciar a candidatura à liderança do MPLA ?
CDS - Quem me conhece sabe que sou um político por excelência emprestado as empresas. Com um pai como o meu, se entrasse antes na vida política teria sido um fogo que ia durar o tempo da saída do meu pai da política activa neste entendimento optei por esperar a hora certa e a hora certa é essa …
O que julga ser pertinente mudar nas estruturas do MPLA?
CDS - Eu já avancei. Estou apenas a trabalhar para mobilizar eleitores dentro e fora do partido. Não gosto de ser liderado quer no partido como no País, por um homem que o Chefe dele é que lhe mandou ser Presidente. Quero assumir um compromisso com os meus eleitores e não viver escondido atrás dos militantes do partido. Quero e vou rejuvenescer o partido, ajustando-o aos desafios e dias de hoje, restabelecer a concórdia, promover o diálogo, realinhar o discurso, exigir o comprometimento. Vou repescar o antigo slogan “O MPLA é o povo e o povo é o MPLA”. Vou também democratizar o partido, acabar com o voto de dedo no ar e o comportamento do culto ao chefe.
Como é que os jovens do MPLA encararam esta decisão?
Tenho recebido muito apoio, e carinho dos jovens angolanos, Eles entendem o meu discurso e o meu posicionamento, e é por isso que vou ganhar.
Que futuro augura para os jovens angolanos?
Vou colocar Angola na rota do desenvolvimento, vou criar oportunidades de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste. Vou trabalhar para trazer ao País a prosperidade, a riqueza, o bem-estar e muita felicidade.
Tem alguma referência política em Angola?
Em Angola gosto do presidente Neto, que é para mim, o líder incontestável. Considero o Presidente dos Santos, como lhe chamava o Drº. Savimbi, um dos maiores estrategas do mundo, embora, a dada altura, tenha ficado zangado quando indicou o Engº. Manuel Vicente como candidato à vice-Presidência da República, em detrimento do meu pai. Contudo, fiz as pazes com o Presidente dos Santos antes do seu passamento físico.
Nos últimos dias tem sido muito activo nas redes sociais e um dos alvos é o senhor Ministro do Interior. Sente-se injustiçado?
CDS - O ministro não tem sido alvo estou a recorrer a ele para que se reponha a legalidade de uma ilegalidade que está a acontecer no ministério dele.
O Ministério do Interior, foi por muitos anos dirigido pelo seu pai. O ministro Laborinho foi colaborador do Ministro Nandó. O que se está a passar de concreto ?
CDS - Ele não sabia do que se estava a passar mas agora já sabe ao detalhe do que se passou do que está a passar e vai agir em conformidade. Como classifica o movimento cívico chegamos. Quem são os integrantes Estamos diante de um movimento formado por pessoas desapontadas com o MPLA?
CHEGÁMOS.AO é o meu movimento cívico onde vou apresentar o meu programa de governação do MPLA e os seus integrantes são todos aqueles que concordam comigo e não vamos trabalhar apenas com pessoas desapontadas com o MPLA somos, transversais a todos angolanos É pouco conhecido pelas bases do partido
CDS – Não conheciam tão bem. Mas Agora já conhecem e a minha próxima meta é ser Presidente do MPLA.
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