Negócio de Combustível em alto mar: Empresa Clander acusada de fraude depois de falhar entrega de uma tonelada de gasóleo



O representante da empresa angolana CLANDER Empreendimento (SU) LDArepresentada pelo seu director- geral identificado como Cláudio Capitão, em cumplicidade com Yuri Pedro, de nacionalidade franco-angolana, estão a ser acusados de fraude avaliada em 117 milhões e 460 mil kwanzas, contra uma empresa guineense denominada SONIT GUINÉEque actua no sector pesqueiro.


O representante da SONIT GUINÉE, Hamed Saadprocurou o Na Mira do Crime para revelar como o esquema foi montado. De acordo com o empresário, há já algum tempo Cláudio tentava criar relação comercial com a sua empresasendo que, em Março de 2022, o mesmo entrou em contactopela primeira vez, com o gestor dos barcos de pesca da empresa SONIT GUINÉE, oferecendo uma proposta de fornecimento de gasóleo, através de um petroleiro de nome "NANK 2", que poderia seguir para Conacri, a fim de abastecer os barcos com diesel'.


"Ele forneceu toda a documentação pertinente sobre a empresa CLANDER, bem como as características do diesel", disse, acrescentando que, em Abril de 2023, um ano depois do primeiro contacto entre as empresas, a SONIT GUINÉE aceitou finalmente colaborar com a empresa CLANDER.




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"Para fazer um teste, fizemos uma encomenda de 1.000 litros de gasóleo (uma tonelada)senhor Cláudio, em cumplicidade com o senhor Yuri, elaboraram uma factura comercial no valor de 418 milhões e 200 mil Kwanzaspara que a SONIT GUINÉE procedesse ao pagamento", contou.


Para começar, no dia 18 de Abril de 2023, a Sonit efectuou o pagamento de 30 por cento do produto, antes da recepção, o que equivale a 125 milhões e 460 mil kwanzas, para confirmar a operação e permitir à empresa CLANDER bloquear e agendar a entrega de Diesel em alto mar.


Negócio feito via e-mail


Após o pagamento, conta o nosso entrevistado, Yuri Pedro informou por email à SONIT GUINÉE que o petroleiro sairia das águas angolanas no dia 24 de Abril de 2023, e deveria chegar em território guineenses entre os dias 11 e 12 de Maio de 2023.


Este programa de entrega, de acordo com o responsável da SONIT, infelizmente não foi respeitado, devido as falsas explicações apresentadas pelo senhor Yuri Pedro, primeiro devido o atraso no carregamento do produto, por causa de chuva, o congestionamento de navios no Porto de Luanda que criava tensão, o bloqueio do petroleiro pela Capitania do Porto devido a documentos administrativos incompletos, etc.


Esta situação, explica, "que não tem sustentabilidade, resultaram em não entrega do combustível, o que resultou em perdas significativas à empresa".


"Desde 11 de Maio de 2023 que não temos o combustívelnem os nossos direitos reparados. Solicitamos o reembolso dos valores, dada a impossibilidade de entrega do combustível, infelizmente o director-geral e gerente da CLANDER, Cláudio Capitão nunca cumpriu com as suas promessas, enquanto que Yuri Pedro está em parte incerta", denunciou.


Reembolsados 8 milhões


Após diversas pressões por parte da empresa SONIT GUINÉE, e depois de uma equipa ser enviada para os escritórios administrativos da CLANDER para tratar pessoalmente do caso, em Junho do ano em cursoCláudio efectuou um reembolso de 8 milhões de Kwanzas.


Este jornal sabe que a empresa lesada já constituiu advogado, e já foi instaurado um processo judicial, que tem o n° 3422, e repousa na 1° Secção da Sala do Cível e Administrativo do Tribunal de Comarca de Luanda.


Empresa Clander promete fornecer a gasóleo em duas semanas 


O Na Mira do Crime, por telefone, contactou o representante da empresa CLANDER, Cláudio Capitão, para ouvir o outro lado dos factos.


Este, por sua vez, informou que a sua empresa já reuniu com o presidente e uma equipa da SONIT GUINÉE, e foram informados sobre os problemas que o petroleiro apresentou.


"O navio tinha problemas com a capitania, e isso impossibilitou a movimentação. Tínhamos uma multa por pagar, solicitamos a SONIT que pagasse a outra parte do dinheiro, a fim de alugar outro barco e fazermos chegar o produto, mas eles negaram a proposta", disse.


Cláudio, conta ainda que, tendo o pedido negado, a sua empresa decidiu fazer a devolução do dinheiro, e que já foi pago um total de 8 milhões.


"Tivemos que arranjar uma outra embarcação, e estamos a terminar os trabalhos, e num prazo de duas semanas vamos fazer a entrega do produto e eles poderem pagar a diferença", observou


Segundo o responsável, numa primeira fase, esteve a ven o seu combustível a um preço baixo, para saldar a divida com a referida empresa, masestava a cair em mais prejuízos e então decidir entregar o gasóleo, que, promete, será feito sem mais atrasos em até duas semanas.


O Na Mira do Crime está em cima dos acontecimentos, e nos próximos dias trará os detalhes de como o negócio da venda de combustível se desenvolve em alto mar, sob olhar impávido das autoridades angolanas.


O histórico de cada elemento envolvido, será revelado detalhadamente por este jornal.

Na Mira do Crime 

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