«SAMMY DAVIS JR» NA TPA- SALAS NETO



Embora não houvesse que ser para a mesma coisa em termos absolutos, porque eu no jornalismo e ele no entretenimento, foi inspirado pelo exemplo de vida duma figura mítica do mundo das artes norte-americano, com quem tinha algo em comum, que deixei o Jornal de Angola em Fevereiro de 1991, para uma aventura na TPA, pela mão do Adelino Marques de Almeida.

Estou a falar de Sammy Davis Jr, cantor, dançarino e actor afro-americano, que se tornou numa celebridade pelas suas performances na Broadway e em Las Vegas, estrelando MUSICAIS, programas de televisão e filmes, a partir da segunda metade dos anos 50, apesar de ter perdido o olho esquerdo, na sequência dum acidente de viação, quando saía de Las Vegas para Hollywood a trabalho, numa manhã de Novembro de 1954.


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Aliás, a perda do olho parece ter funcionado como um tónico, já que, embora ele já tivesse começado a dar nas vistas em 1951, só em 1956, dois anos depois de ter ficado zarolho, é que chegaria a um palco da Broadway como protagonista do musical «Mr. Wonderful», para bisar quase uma década mais tarde, em 1964, com o show «Golden boy» .

Nascido no Harlém, em Dezembro de 1925, Sammy começou a sua carreira com apenas três anos de idade, segundo a EILKIPEDIA, integrando um trio de variedades ao lado do pai, Samuel George Davis, de quem era xará, e um amigo deste, com o qual calcorreou o país, em meio a uma pausa para cumprimento do serviço militar.

Mais tarde, fez parte do «Rat pack», grupo de cantores e actores que produziam as suas próprias obras, em voga entre 1955 e 1965. Chefiado por Frank Sinatra, além de Sammy, era integrado ainda por Dean Martin, Peter Lauford e Joey Bishop, tendo às vezes um cheirinho feminino, com Shirley Maclaine, Lauren Bacall e a grande Judy Garland.

O primeiro filme DO GRUPO, o «Ocean’s eleven», produzido em 1960, SERIA recriado em 2001 por Steven Soderbergh.

Ele seria o primeiro afro-americano a estrelar o seu próprio programa de variedades na televisão estadunidense, o «The Sammy Davis Jr Show», em 1966. Depois disso, a sua carreira iria abaixo, até 1972, quando lançou o álbum «The candy man», que fez dele uma grande estrela em Las Vegas.

Convertido ao judaísmo logo depois que perdeu o olho, foi um activista pelos direitos civis dos afro-americanos muito engajado, mas, paradoxalmente, comprou briga com a comunidade negra, por ter abraçado Richard Nixon em 1970.

Seu panco assumido desde criança, Michael Jackson compôs a canção «You were there» para o especial em alusão aos 60 anos de Sammy Davis Jr, que apresentaria ao vivo em 1989, poucos meses antes da sua morte, por cancro do esófago, em Maio de 1990.

Indicado para um Globo de ouro e para um Emmy, em razão do seu alto desempenho na televisão, Sammy ganharia o prémio Kennedy em 1987, acabando por ser distinguido com um Grammy, em 2001, pelo conjunto da sua obra, já só depois de ter batido a cassoleta, o que seria de uma grande injustiça.

Bom, mudando de parágrafo, deixa lá ver o que tenho mesmo em comum com o Sammy. Pois, além de ser negro e dançar para chuchu como ele, modéstia à parte, também passei a enfrentar o mundo com menos um olho do que os demais terráqueos, a partir de dado momento da minha vida, o que não era coisa de se coçar.

Perdi o olho direito em Março de 1971, aos 11 anos, ao ser violentado por dois rufias brancos, na Terra Nova, que me atingiram em cheio com um «tiro de chumbo», na sequência duma fringação que fizera, em resposta a uma ofensa racista, no quadro da resistência aberta ao colonialismo que adoptara após começar a ouvir o «Angola Combatente», por influência do meu padrasto, que era um «irmão cambuta» do MPLA na clandestinidade em Luanda.

Eu ia acompanhado de dois miúdos lapingas, meus vizinhos e amigos, sendo que terei acabado por cometer claramente um erro de estratégia, em decorrência duma má análise da correlação de forças NO TERRENO, uma vez que até estava completamente desarmado.

O incidente vem detalhado no «Ensaio para uma autobiografia avulsa», lançado em Agosto de 2019, nas páginas do meu último livro, «As Kassumunas do Bairro Indígena».

Olha, não tendo como completar hoje a história da minha passagem pela TPA, por mais que a encolhesse, tal só acontecerá em próxima edição. Aliás, em boa verdade, nem contei já coisa alguma. Peço «desculpas públicas» por eventuais transtornos. Obrigado.


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