No dia 19 de Agosto, um desdentado “pitbull” do regime, daqueles que já só se alimenta das sobras que escapam inadvertidamente dos bem servidos pratos dos patrões, qualificou como um “problema sério” o facto de alguns angolanos se haverem deslocado, à custa do seu esforço, a Lisboa para uma “alargada festa de funge”, promovida pela Nova Energia, empresa cujo rosto é o dinâmico e empreendedor Yuri Simão.
“Éste é um problema sério com que Angola se depara. (...)Quase 50 anos após a independência, quase todos preferem estar em Portugal do que em Angola. O seu ponto de convívio, de descanso, de compras, de cultura, de educação, de saúde, é Portugal”, latiu.
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No escrito, publicado no portal tribunadeangola.org, que alguns entendidos associam ao Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), o “cão tinhoso” pregava que além de os governantes angolanos passarem mais tempo em Portugal do que no nosso país, em, os ativistas angolanos teriam transformado Portugal na sua base.
“Angola torna-se um ponto de passagem ou de extração de mais valias para serem gastas em Portugal”.
Em enfurecida investida contra os seus próprios patrões, o pitbul ousou uma solução radical.
“Para terminar com os abusos em Angola tem de se começar a adoptar medidas radicais que impulsionem a indústria nacional e o espírito patriótico, e a primeira delas é terminar com as viagens exageradas a Portugal, com os fluxos de capital para Portugal e com as importações do país, concentrando as pessoas em Angola e dando condições para se desenvolverem as indústrias em Angola”.
Ou seja, o enfurecido cachorro quer a transformação de Angola num imenso campo de concentração.
Ignorando completamente os latidos do seu envelhecido e desdentado cachorro, menos de duas semanas depois da receita para estancar a vinda de angolanos em Portugal, desembarcava em terras lusas nada mais se não o próprio boss Miala, o poderoso e temido chefe do SINSE.
Miala veio a Portugal na qualidade de padrinho de casamento de um filho de Manuel Júnior, recentemente defenestrado do cargo de ministro de Estado para a Coordenação Económica.
Os moradores de Coimbra e arredores juram nunca terem visto festa de casamento tão luxuosa.
Se convidado à festança de Coimbra, Yuri Simão, o promotor do Funge do Show de Mês, teria saído de lá convencido que não é ninguém “na rua dos cães”.
Além de Miala que ignorou o – porquê não dizê-lo? - delírio do envelhecido quatro patas, a Presidência da República foi pelo mesmo caminho.
Lisboa é desde quinta-feira passada ponto de passagem de magotes de homens que integram a chamada linha avançada que antecede o Presidente da República nas suas deslocações ao exterior.
São às dezenas os homens que desembarcam em Lisboa desde quinta-feira em escala para Madrid, de onde partirão depois para Cuba, primeira etapa de uma digressão do Presidente que o levará de seguida à Nova Iorque, onde é esperado que se dirija à Assembleia Geral das Nações Unidas.
Com os meios de que dispõe, a TAAG poderia perfeitamente proporcionar à Presidência da República uma aeronave que transportasse, com breve escala na Cidade do Sal parar reabastecimento, directamente a chamada “avançada” para Havana.
Não obstante essa possibilidade técnica e provavelmente menos onerosa, o numeroso séquito que “varre o terreno” antes da chegada de João Lourenço optou por passar por Lisboa porque Portugal é hoje, para infelicidade do nosso cão tinhoso, o ponto de convívio, de descanso, de compras, de cultura, de educação, de saúde dos poucos angolanos que se podem permitir a esses luxos. Para a generalidade dos angolanos, a vida em Portugal não é o mar de rosas que o ignorante do tribunadeangola.com imagina ser.
A suposição de que todos os angolanos passam a “semana e fins-de-semana em festanças em Portugal” só pode partir mesmo de mentes envelhecidas e retorcidas pelo ódio e pela inveja.
Graça Campos
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