A Organização Bombeiros Unidos Sem Fronteiras (BUSF) anunciou hoje a destituição do seu responsável em Angola, Flávio Canhongo, acusando-o de “enriquecimento ilícito” e de ter utilizado o nome da organização para seu benefício.
Numa carta enviada ao Ministério do Interior de Angola, a que a agência Lusa teve acesso, a BUSF-Internacional comunica a “destituição de suas funções e exclusão a bem da disciplina”.
Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762
O comunicado surge dois dias depois de as autoridades angolanas terem declarado ilegais os Bombeiros Unidos Sem Fronteiras (BUSF) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de Angola, estando alguns dos elementos detidos, segundo fonte oficial.
À agência Lusa, o presidente da BUSF-Internacional e da BUSF-Brasil, Bolívar Fundão Filho, acusou o até então responsável pela organização em Angola de ter convidado “jovens em nome da BUSF para serem voluntários, mas cobrava serviço, cobrava de tudo, dizendo que quando estivessem formados eles passavam a ganhar salário”.
Bolívar Fundão Filho, que recolheu depoimentos de vários jovens, acusou Flávio Canhongo de enriquecimento ilícito.
“Nunca mandou uma ficha de um membro”, disse, afirmando que mais de 25 mil jovens foram enganados.
De acordo com o responsável máximo da organização, Flávio Canhongo cobrava a cada jovem 30 mil kwanzas (33 euros), sendo esse dinheiro alocado à empresa que abriu, com o mesmo nome da organização.
“Cobrava um valor para o curso, dizia que a pessoa não passava na prova e embolsava esses 30.000 kwanzas. Trabalhava para si”, denunciou.
Bolívar Fundão Filho disse lamentar toda esta situação, afirmando que a BUSF é uma instituição formada por voluntários, principalmente bombeiros, mas também engenheiros, médicos e enfermeiros, que criam uma equipa para dar suporte em situações de desastre, estando subordinada a organizações governamentais.
Bolívar Fundão Filho disse, ainda, que Flávio Canhongo, membro do corpo de bombeiros de Angola, apresentou um documento dizendo que tinha sido autorizado pelo Estado de Angola “para pertencer à instituição”.
Só que esse documento “não condizia com o que era exigido, pois não se tratava de autorização expressa, mais simplesmente um documento interno de pedido”, lê-se no comunicado.
Esse documento fora apresentado em 2021, sendo que Flávio Canhongo teria agora a função de legalizar a BUSF juntos dos órgãos competentes no país.
“O nome da instituição BUSF foi indevidamente utilizado para se montar uma empresa privada para benefício próprio, o que é notoriamente proibido pela BUSF-Internacional em seus estatutos”, detalhou a organização.
Para além disso, em 08 de setembro, foi criada a Associação dos Bombeiros da Paz nas Comunidades, “que fez uso ‘ipsis litteris’ [nos mesmos termos] dos Estatutos da BUSF-Brasil, com mudanças pontuais constantes (…), comprovando assim que tal instituição não é a BUSF-Angola e sim uma outra a ela ilegalmente assemelhada em suas metas e que não teria, portanto, o direito de uso das (…) logomarcas, uniformes e documentos” da organização, acrescentou.
Lusa
Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação
0 Comentários