REPRESENTANTE DO FMI EM FIM DE MISSÃO DISSE QUE NUNCA VIU TANTA POBREZA E FOME COMO EM ANGOLA



De malas feitas para sair de Angola, Marcos Souto, representante 

do FMI, concedeu, em exclusivo, uma entrevista  ao semanário Valor Económico (Edição de 25 de Julho) e mostrou-se triste com a gritante pobreza da população angolana, cujo nível diz nunca ter visto nos países em que passou. 


VE- Quando sai às ruas de Angola, o que lhe entristece mais?

MS- A pobreza e a fome. Você vê as condições da dignidade humana, como as pessoas vivem e pergunta-se como é possível. É algo que me choca. É um exercício que convido todas as pessoas a fazerem, saírem dos seus escritórios, casas e verem como as pessoas vivem neste país, onde mais de metade da população vive na pobreza, passa fome, tem nível de mortalidade infantil elevada, indicadores sociais que não são compatíveis com as riquezas que Angola tem. Incomoda-me muito isso. 



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VE- Acha que muitos dirigentes não têm noção disso?

MS- Não sei, isso não converso com eles. Posso falar da minha experiência, o facto de eu sair da minha casa ou escritório, ir a determinados lugares diversas vezes e ver como as pessoas vivem foi algo que me fez mudar a perspectiva que tenho do país, do trabalho que precisa ser feito, até as minhas perspectivas de vida. 


VE- Nunca tinha visto uma realidade igual? 

MS- Não. E eu vim de um país que tem muita pobreza, o Brasil.

Valor Econômico 

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