O SABATA TINHA QUE DAR NO BARRABÁS QUASE TUDO QUE LHE FALTOU NA INFÂNCIA SEM PAI E SEM MÃE



Ele tinha vindo do Kwanza Sul para Luanda e eu recordo ainda tão bem  como se fosse hoje como quem cresceu em Luanda. 

Como os kaluandas recebiam os vindos lá dos confins do Sul de Angola nem sempre de braços abertos e com sorrisos no lábios  porque eram considerados bailundos e criados dos brancos.

Haviam tantos apelidos pejorativos e até mesmo humilhantes  para se desconsiderar os sulanos que já foram considerados de baias, baicós entre outros nomes.

E se  tivesse o sotaque sulano pior acabavam zombados  ao extremo.


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O que não foi muito facil para o Sabata  ter os seus  pés bem firmes em Luanda e amigos puramente kalús puros, era assim que se tratava os naturais de Luanda.

O Sabata  cresceu com uma avó no bairro Rangel teve que batalhar muito primeiro para  se impor no seio da rapaziada de Luanda e até mesmo para conseguir se posicionar.

Como o único homem/garoto  a viver com uma avó também ja velhinha que precisava dos seus esforços na busca disso e daquilo muita responsabilidade para quem  ainda era  praticamente um garoto.

Como vocês sabem a família é o agente socializador por excelência do ser humano. 

Imaginem um garoto sem pai e sem mãe vindo lá do sul e ainda ter que lutar contra quase tudo e todos para se posicionar levando às vezes alguns bornos daqui e dali da rapaziada de Luanda. 

Claro, que quando começou a assistir os filmes de cowboy que ele adorava tanto.

Então começou a se desenvolver nele um certo espírito de revolta e como gostava de imitar o que assistia nos filmes com o tempo deu no barrabás que deu  e que todos nós conhecemos.

O Sabata atingia o extremo da barbaridade quando entendia que tinha que colocar em prática coisas que via nos filmes.

Olha que até o pepito de um branco cortou  e colocou  num saco de plástico e passeava no bairro Rangel, Zangado e Marçal mostrando o saco.

Além de ter queimado um branco ainda vivo dentro do seu carro na zona do Emídio Navarro ja reportei essa ocorrencia em  outra crônica.

Fernando Vumby 

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