O fenómeno e o papel do SINSE
A gente conhece o "modus operandi" do contrabando, o oportunismo dos enfatados e ataviados, as veredas trilhadas por uma consciência cauterizada e disfarçada nos discursos de quem é "diabo" coberto de manto sacerdotal.
A gente não o denuncia, primeiro, porque o crime do contrabando é dos mais praticados em plena luz do dia. Ele percorre as ruas da cidade sem roupas, gritando "eis-me aqui", sob surdez simulada de quem ouve até o som da luz. Segundo, por causa da impunidade de certos promotores deste mal e poderosos debaixo do sol. O tempo punirá...
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O nosso discurso deveria ser fotografia das nossas acções (apelo à coerência). Combater o contrabando exige uma postura patriótica e responsável, antes de mais.
Vivemos a era do falso herói, a era do oportunismo disfarçado, a era dos vilões mascarados de mocinhos.
Vivemos a era de quem detém uma clara postura dupla, propiciando os verdadeiros interesses por trás do suposto combate ao contrabando.
Às vezes, nas minhas elucubrações, o meu raciocínio concludente é o de que a verdadeira batalha está perdida, quando aqueles que deveriam combater o contrabando o promovem.
Contrabando de combustível é, até certo ponto, frenético quando se trata de gente sem nome, sem voz e sem vez.
DIGO ISSO PORQUE JÁ é preocupante que exista a percepção de envolvimento de certas entidades governamentais e agentes da polícia nesse crime, tornando o combate ao contrabando menos transparente. Essa falta de transparência mina a confiança do público e dificulta ainda mais os esforços para combater esse tipo de crime.
Não há união. Alguns combatem-no, honestamente, mas outros remando contra a maré, infelizmente. O PR e do MPLA quando esteve no Soyo, apelidou-nos a todos de campeões do contrabando do combustível.
DESPENALIZANDO O CRIME RESOLVE?
Despenalizar o contrabando de combustível pode parecer uma solução tentadora à primeira vista, pois daria a ilusão de que todos poderiam fazer isso à vontade. No entanto, é importante reconhecer que essa medida, provavelmente, teria consequências negativas. O contrabando de combustível não só prejudica a economia, mas também pode levar a outras actividades criminosas, como tráfico de drogas e armas, além de financiar grupos ilegais.
Para combater efectivamente o contrabando de combustível, é necessário um esforço conjunto de todas as partes interessadas, incluindo o governo, as forças policiais e a sociedade civil. É crucial promover a transparência e a responsabilidade, garantindo que os envolvidos sejam devidamente investigados e responsabilizados, independentemente de sua posição social ou função institucional.
Além disso, é importante investir na educação do público sobre os impactos negativos do contrabando de combustível. Promover uma consciencialização mais ampla sobre os efeitos prejudiciais dessa prática pode ajudar a reduzir o apoio e a demanda por combustível contrabandeado.
Conduta de indivíduos que aparentemente combatem o contrabando de combustível, mas na verdade o promovem, pode ser caracterizada como hipócrita e corrupta. Essas pessoas parecem estar agindo em prol do interesse público ao combater o contrabando, mas na verdade estão envolvidas nessa actividade ilegal para obter benefícios pessoais, financeiros ou políticos. Essas acções minam a confiança na capacidade do Estado de combater o crime e prejudicam o desenvolvimento económico e social.
O papel do SINSE ante Contrabando de Combustível
O papel dos serviços de segurança do Estado deve ser garantir a segurança e a ordem pública, incluindo a prevenção e 'repressão' de actividades criminosas como o contrabando de combustível. Esses serviços devem ser responsáveis por investigar, identificar e informar a quem tenha competências para responsabilizar criminalmente os indivíduos envolvidos nesse tipo de crime, independentemente de sua posição social, política ou institucional.
É o que tem sido feito? Pelos frutos se conhece a árvore.
Se os serviços de segurança do Estado estiverem envolvidos no contrabando de combustível, o país enfrentará uma situação de extrema gravidade. Isso revelaria uma corrupção sistêmica e um colapso de governança, comprometendo a confiança pública nas instituições e a própria estabilidade do país. Nesse caso, é crucial que mecanismos independentes de investigação e responsabilização sejam estabelecidos para lidar com essa corrupção e garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.
Portanto, é fundamental fortalecer e garantir a integridade dos serviços de segurança do Estado, promovendo uma cultura de responsabilidade, transparência e combate à corrupção. A criação de mecanismos eficazes de supervisão, como órgãos de controlo externo e protecção de denunciantes, pode ajudar a prevenir esses casos de corrupção e garantir que os serviços de segurança actuem em benefício da sociedade e do Estado, em vez de promover actividades criminosas bem como encobertar criminosos.
Para um Zaire melhor, corajosamente, opinaremos quando o mal estiver fora de controlo.
Pater Filii Para o Lil Pasta News.
Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação
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