GRACEJO (IN)OPORTUNO- Jorge Eurico



O (in) oportuno gracejo do presidente  brasileiro sobre o alegado “bom comportamento” da Imprensa angolana, feitos nesta sexta-feira, no Palácio da Cidade Alta, teve um claro e inequívoco escopo: o de transmitir ao chefe de Estado angolano que até lá fora (no estrangeiro) já se sabe que o Poder Executivo mantém os jornalistas sob rédea curta, tal como acontece nas autocracias decandentes que persistem e resistem por este mundo afora.


Lula da Silva destacou alto e bom som o que o País e alguns (mas quase todos) jornalistas angolanos pensam (e quando pensam) em silêncio. Limitou-se a transmitir um recado sobre o que (já) se diz, fora-de-portas, relativamente à (falta de) Liberdade de Imprensa em Angola ao seu homólogo. 



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O estadista brasileiro disse, por outras palavras, que há a necessidade de se conceder (maior) Liberdade à Imprensa angolana, de modo a puder contribuir para o progresso e a democracia no País.


Foi uma verdade incómoda. Foi um gracejo aziago de Lula da Silva. Um “humor político negro”, que visou alertar para a necessidade de o Executivo deixar de controlar a Imprensa e o partido no poder abster-se de ter total, absoluta e abusiva influência nos meios de Comunicação Social públicos. 


O estadista brasileiro pontuou, por outras palavras, que não fica bem ao Titular do Poder Executivo e aos seus auxiliares continuarem a cercear e a controlarem a Imprensa.


Lula da Silva apelou aos jornalistas angolanos a serem mais acutilantes, a não dependerem da agenda do Executivo, o que, por mim, deve levar à extinção do Ministério da Comunicação Social do organigrama do Governo. Pediu, por outras palavras, que os jornalistas (salvo algumas excepções) deixem de ser fantoches, a recusarem que a sua agenda seja subordinada aos interesses do Executivo.


O presidente brasileiro embaraçou o seu homólogo, é verdade. Foi, em certa medida, deselegante. Mas foi um embaraço necessário. Foi uma deselegância que se impunha. No final do dia, concluiremos todos, que Lula da Silva prestou, reconheçamos, um grande e excelente serviço à Classe Jornalística e ao País: o de apelar ao estadista angolano no sentido de tolerar pensamentos e opiniões diferentes. No sentido de ter decoro e consciência de que a Liberdade de Imprensa pode ser seu aliado para um melhor exercício governativo para o Estado angolano.


Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

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