ERA UMA VEZ A “FESTA-DO-BEIJA-MÃO



 Aos 28 de Agosto, o jardim do Palácio da Cidade Alta estaria a albergar a  “festa-do-beija-mão”. Era a data de aniversário natalício do antigo chefe de Estado angolano e presidente emérito do MPLA, José Eduardo dos Santos. 


Era uma cerimónia que  - em condições normais, num País normal - deveria ter um carácter intimista, mas a tresloucada e exagerada adulação, a propaganda política nos órgãos de Comunicação Social públicos  e o doentio culto da personalidade conferiam-lhe dimensões de Estado. Só não era decretado feriado nacional por…decoro. 


O País, a esta altura, estaria a testemunhar uma série de manifestações culturais e um bulicio incomum com o fito de exaltar a figura do predecessor de João Lourenço. A esta altura, a Nação estaria a ser “intoxicada”, até à exaustão, com actos e palavras de exaltação à vida e à obra de José Eduardo dos Santos. 



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Era o culto da personalidade no seu apogeu, objectivando iludir o aniversariante de que a sua governação era uma maravilha. Era a demonstração clara de que José Eduardo dos Santos mais queria, conscientemente, empenhar a sua atenção nos falsos elogios, do que ser salvo pela crítica.


Quem o criticasse era tido como sendo da Oposição (com a UNITA à cabeça) ou como um “lacaio pago por dólares americanos (sic!)” com uma agenda subversiva que visava desestabilizar o País a soldo de Washington DC.


Hoje José Eduardo dos Santos já não está entre nós. Já ninguém se lembra dele. Os feitos dele (bons, maus e péssimos) já ninguém se lembra. Tudo  o vento levou. Tudo tempo calou. Era uma vez a idolatria a José Eduardo dos Santos.


O presidente emérito do MPLA foi, em tão pouco tempo, esquecido com sucesso por todos aqueles proxenetas e “puxa-sacos” que, em vida, o endeusavam como se endeusa Jesus Cristo nas alturas.


Os proxenetas têm agora um novo senhor. Os “puxa-sacos”  têm agora um outro “saco-puxado”: João Lourenço! 


É hora de o País  ter noção de que a bajulação e os seus agentes são uma “praga” que deveria ser moralmente desencorajada e politicamente combatida por causarem danos irreparáveis e irreversíveis ao Estado. No final do dia, causam  mais estragos do que a guerra.


 No declinar do seu consulado, José Eduardo dos Santos foi estigmatizado pelos mesmos bajuladores que o definiam como ser único neste universo. O partido no poder  - de que foi dirigente durante anos -  virou-lhe as costas. Houve militantes que terão mesmo sido proibidos de invocar o seu nome. José Eduardo dos Santos foi estigmatizado pelo seu próprio partido, facto que acelerou a sua finitude por depressão. O presidente emérito morreu sobretudo devido à humilhação de que foi alvo por parte dos seus camaradas de partido, a quem ele ajudou a enriquecer. 


Que se tirem lições e ilações com o que aconteceu com José Eduardo dos Santos devido à sua permissividade à bajulação e a bajuladores.

Jorge Eurico

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