BANCO NÃO PUBLICA BALANCETES TRIMESTRAIS DESDE FINAIS DE 2019.
Banco culpa o Plano de Recapitalização e Reestruturação e a mudança do auditor externo pelo atraso na divulgação das contas.
Tal como tem acontecido nos últimos anos, o Banco Económico lidera a lista dos que não divulgaram as contas a tempo. Até esta quarta-feira,23, dia de fecho desta edição, o Económico e o Standard Chartered Bank Angola não tinham divulgado os balancetes trimestrais relativos ao I e ao II trimestre de 2023 dentro dos prazos definidos pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
O ex-BESA já vinha de um histórico de três anos (entre 2018 e 2021) sem divulgar os relatórios e contas, tendo feito apenas no final do ano passado, altura em que apresentou um novo conselho de administração. Ainda assim, o banco liderado por Victor Cardoso, em substituição de Carlos Duarte, não divulga os balancetes trimestrais desde o final de 2019. O último balancete publicado foi relativo ao terceiro trimestre do mesmo ano.
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O regulador (BNA) estabeleceu no artigo 7.° do Aviso n.º 5/2019 que os balancetes devem ser publicados em base individual e consolidado até 45 dias após o término do trimestre.
Questionado pelo Expansão sobre os atrasos na divulgação das contas, o departamento de comunicação do Económico respondeu: "Como é do conhecimento geral, temos estado sujeitos a um rigoroso Plano de Recapitalização e Reestruturação ("PRR") aprovado pelo Banco Nacional de Angola. Um dos principais objectivos do Plano é o do saneamento financeiro do Banco Económico, o que implica um trabalho profundo em matéria contabilística, incluindo correcções em dados históricos e novos registos. Por esta razão, tem existido uma especial contenção na divulgação de informação que ainda está a ser trabalhada. Deste modo percebe-se a preferência pela não divulgação dos balancetes enquanto decorrem estes trabalhos".
O banco culpa também o plano de reestruturação pelo atraso do relatório e contas de 2022, depois de ter divulgado as contas de 2019, 2020 e 2021, apenas em Outubro do ano passado.
"Ao longo de vários anos, e como também é do conhecimento público, o banco vinha mantendo uma operação de titularidade e gestão de um conjunto substancial de seus activos com o então chamado Grupo ENSA [hoje INVESTPAR] Essa operação já foi concluída, havendo que reflectir devidamente a sua cessação nas contas do Banco. De forma que, para o devido registo dos resultados do referido PRR e da reabsorção destes activos, o fecho do Relatório e Contas de 2022 requereu especial tempo e atenção, incluindo ao nível da auditoria externa", justifica.
O banco refere ainda que no final do ano passado mudou de auditor externo, em conformidade com o quadro regulamentar de rotação de auditores nas instituições financeiras o que, tendo em conta a necessidade da transição e a amplitude dos trabalhos a realizar, provocou também algum atraso na sua conclusão.
No entanto, garante que as contas serão divulgadas "dentro das próximas semanas, contanto que venham a ser aprovadas pela Assembleia Geral (AG) do banco, que deve realizar-se em breve prazo".
O Banco Económico obteve em 2019 o segundo maior prejuízo da história da banca angolana ao registar resultados líquidos de -531,2 mil milhões Kz, recuperando em 2020 para 137,8 mil milhões e regressando aos lucros em 2021, com 173,3 mil milhões Kz, o resultado mais alto da banca naquele ano.
Expansão
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