Palmeira Viagens burlou mais de 300 milhões em coluio com a TAAG



TAAG diz-se disposta a «analisar caso-a-caso» e até disponibiliza e-mail para o envio de «evidências» que ajudem a «aferir resolução devida». Dona da "Palmeira Viagens" recusa dar entrevista, alegando priorizar reembolsos a clientes, mas, até agora, não devolveu qualquer Kwanza dos mais de 300 milhões em causa.

Uma semana depois de a TAAG alegar que os passageiros com bilhetes comprados na agência Palmeira Viagens tinham sido impedidos de sair do País por terem apenas passagens de ida e não de regresso, centenas de visados mostraram documentos em que se refutam as alegações da companhia de bandeira.

Os reclamantes, que se dizem burlados num alegado "conluio entre a TAAG e a Palmeira Viagens", exibem não apenas bilhetes de ida e volta como também apresentam casos de cidadãos não-angolanos que, tendo a liberdade de ir ao país de origem sem a necessidade de portar um bilhete que os habilite a regressar a Angola, foram, ainda assim, impedidos de viajar.

"Em Lisboa, Portugal, temos casos de pessoas que viajaram pela TAAG com bilhetes comprados à Palmeira Viagens e estão a ser impedidos de regressar, sempre com o mesmo argumento de que os seus bilhetes estão vetados", relatam as fontes, que preferem queixar-se sob anonimato por medo de represálias, já que, acrescentam, "tudo indica que há uma grande combina", em que supostamente participam a TAAG e a referida agência de viagens.


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TAAG abre-se: «Os passageiros poderão expor a reclamação para se analisar caso-a-caso»

Solicitada pelo Novo Jornal a reagir às alegadas provas de que impediu viagens a passageiros que até exibiam bilhetes de ida e volta, a TAAG - Linhas Áreas de Angola, através do seu Gabinete de Comunicação Corporativa e Imprensa, começa por esclarecer que a companhia se tem batido por uma "ampla divulgação" dos seus canais de atendimento ao cliente, pelo que disponibiliza aos passageiros o e-mail cliente.angola@flytaag.com, para formalizarem as reclamações sobre o serviço prestado pela companhia, desde que juntem, para o efeito, as evidências e a documentação relevante.

(...) Contactada pelo NJ, Leonília Cristóvão, dona da "Palmeira Viagens", recusou-se a prestar esclarecimentos, cortando: "Não estou preparada para dar alguma entrevista, não tenho mesmo concentração. A minha prioridade agora é reembolsar os passageiros", disse a gestora, sem definir, no entanto, os prazos em que planeia executar os supostos reembolsos, bem como as regras para determinar os primeiros a serem contemplados, numa extensa lista de mais de 200 pessoas, com prejuízos que a própria agência de viagens estima acima dos 300 milhões Kz.

Repleto de nuances a que muitos já apelidam de "burla milionária", a polémica envolvendo a "Palmeira Viagens" começou no início do mês, quando, aqui e acolá, foram surgindo casos de passageiros que precisaram de ligar/pressionar a agência para que essa, então, as ajudasse a viajar para o exterior, embora tivessem já os bilhetes pagos.


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