Milhões saem de Angola e são depositados em paraísos fiscais



Várias vezes denunciamos neste portal, sofisticados esquemas, montados por empresários que contam com a cumplicidade de agentes públicos, de transferência de recursos financeiros de Angola para paraísos fiscais. Este fenómeno tem contribuindo para a crise económica que assola a nação.

Existem várias razões pelas quais a evasão de divisas tem sido um problema persistente em Angola. A corrupção generalizada, a falta de transparência nas transacções financeiras e a fragilidade institucional são fatores-chave que alimentam esse fenómeno. A má gestão dos recursos públicos e a ausência de uma governança eficiente criaram um ambiente propício para a evasão de divisas florescer.

Um dos principais mecanismos utilizados para a evasão de divisas em Angola é o subfacturamento com facturas pagas no exterior do país, outro é a emissão de facturas que quando pagas o país não recebe nenhum produto. Esses esquemas têm sido usados por vários empresários devidamente identificados para transferir ilegalmente fundos para o exterior, sonegando impostos e reduzindo a entrada de divisas no país. Além disso, a lavagem de dinheiro e a utilização de paraísos fiscais têm sido práticas comuns para ocultar a origem ilícita dos recursos.



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A evasão de divisas tem um impacto significativo na economia angolana, agravando a crise económica que o país enfrenta. A redução das entradas de divisas diminui a disponibilidade de recursos para financiar investimentos em infra-estrutura, educação, saúde e outros sectores-chave. Isso compromete o desenvolvimento económico e social do país, prejudicando o bem-estar da população.

Além disso, a evasão de divisas afecta negativamente a estabilidade cambial, causando flutuações no valor da moeda local. A escassez de divisas resultante pode levar à desvalorização da moeda nacional, o que aumenta a inflação e encarece as importações. Consequentemente, os preços dos bens de consumo básicos aumentam, impactando directamente a população mais vulnerável.

A evasão de divisas também mina a confiança dos investidores, tanto domésticos como estrangeiros, afastando o capital necessário para impulsionar o crescimento económico sustentável. A falta de transparência e a percepção de corrupção prejudicam o clima de negócios e desencorajam a entrada de investimentos produtivos, limitando o potencial de desenvolvimento económico do país.

Para lidar efectivamente com a evasão de divisas em Angola e mitigar seus efeitos negativos, são necessárias acções enérgicas e abrangentes. O fortalecimento das instituições governamentais, a melhoria da governança e a promoção da transparência são elementos essenciais para combater a corrupção e a lavagem de dinheiro.

Além disso, é fundamental investir na capacitação dos funcionários responsáveis pela fiscalização das transacções financeiras e implementar medidas eficazes de controle e regulamentação. A adopção de tecnologias avançadas, como sistemas automatizados de detecção de fraudes e lavagem de dinheiro, pode fortalecer os mecanismos de supervisão e prevenção.

A cooperação internacional também desempenha um papel fundamental no combate à evasão de divisas. Angola deve buscar parcerias com outros países, compartilhar informações e colaborar na recuperação de activos ilícitos mantidos no exterior. O intercâmbio de conhecimentos e melhores práticas pode fortalecer os esforços de combate à evasão de divisas e melhorar a eficácia das medidas implementadas. A evasão de divisas representa um desafio significativo para a economia angolana, exacerbando a crise económica que o país enfrenta. A corrupção, a falta de transparência e a má gestão dos recursos são factores fundamentais que alimentam esse problema. No entanto, com a implementação de medidas abrangentes, incluindo o fortalecimento das instituições, a promoção da transparência e a cooperação internacional, é possível combater efectivamente a evasão de divisas em Angola. A superação desse desafio contribuirá para a recuperação económica e o desenvolvimento sustentável do país, melhorando as condições de vida da população.


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