Com a exoneração formal de Victor Fernandes, anunciada quarta-feira, 12, chegou ao fim uma das piores tragicomédias no Executivo de João Lourenço..
Desde que foi nomeado para o cargo de ministro da Indústria e Comércio, em Abril de 2020, Victor Fernandes sempre exerceu a função ficticiamente. O verdadeiro ministro era um conhecido empresário, de quem o ora exonerado recebia ordens e directrizes.
Dos demorados três anos que fingiu ser ministro da Indústria e Comércio, V.F. deixa como legado aos angolanos recomendações para riscarem o pão da sua dieta, substituindo-o por mandioca, e a criação de pintos de galinha em casa, não importando se em apartamentos, vivendas ou casas comuns.
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O fictício ministro tinha como certo que só comendo mandioca ao pequeno almoço e criando pintos os angolanos poderiam driblar a penúria alimentar que lhes bateu a porta.
Victor Fernandes, que viajava tanto ou mais do que o ministro das Relações Exteriores, nunca disse se ele próprio matabicha chá de caxinde com mandioca assada ou em qual das suas casas em Luanda tem montado o seu aviário.
Ao ora exonerado ministro era atribuído um apartamento no prédio que recentemente foi abaixo, à Avenida dos Combatentes, em Luanda. Nos seus escombros foram encontrados milhões de kwanzas, mas não há ciência de um único pinto.
Victor Fernandes foi nomeado ministro não porque tivesse propostas sérias e consistentes para reanimar a indústria e o comércio. Foi parar ao Executivo porque o TPE deixou-se impressionar pela sua “lábia”. No Revista da Zimbo, em que contracenava com Milonga Bernardo, ele esmagava o antigo jornalista da RNA e agora deputado pelo MPLA.
Em boa verdade, Milonga Bernardo nunca se mostrou à altura da retórica de Victor Fernandes.
Assíduo telespectador das televisões angolanas, o Titular do Poder Executivo, João Lourenço, não resistiu ao charme e confundindo retórica com ciência e conhecimento, fez do malangino um membro do seu Governo.
A exoneração de quarta-feira sugere que, finalmente, o TPE convenceu-se que falar bonito não é sinónimo de competência.
Enfim, para trás ficam mais três anos perdidos nos sectores da indústria e do comércio.
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