O consumo de água de lagoas continua a causar problemas de hematúria (urina com sangue) aos residentes da comuna da Quiçama, em Luanda, lamentou a chefe do Departamento Provincial de Saúde Pública.
Neusa Lazary falava no decurso da IX edição da Campanha de Intervenção de Saúde Comunitária, designada "Saúde à Porta de Casa”, cuja I fase terminou, sexta-feira, no município da Quiçama.
Neusa Lazary, que também é coordenadora da campanha, disse, na ocasião, que a schistosomíase, igualmente conhecida como bilharzíase, foi detectada em quase todas as pessoas consultadas e testadas nos bairros Bumba, Cajindungo, Mucolo, Cazambela, Pixé, Mulemba, Culemba, Cacoba e Zavu.
A chefe do Departamento Provincial de Saúde Pública, que não revelou o número de casos registados, manifestou-se preocupada com a quantidade de pessoas que alegam urinar sangue.
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"Parecia um número interminável de pessoas a reclamarem que urinam sangue, pois quase todos os moradores daqueles bairros, sobretudo, os rapazes, apresentam as mesmas reclamações”, sublinhou, para acrescentar ser necessário uma intervenção mais abrangente e regular, "pois com o tempo a doença pode evoluir para cancro na bexiga”.
A schistosomíase, explicou, é uma doença infecciosa crónica e o contágio ocorre durante a exposição do corpo a extensões de água onde habita o caracol, hospedeiro intermediário do vírus.
Domingos Belchior procurou pelos serviços prestados por técnicos de saúde por estar a urinar sangue. O camponês, de 50 anos, disse que se encontra nessa situação há uma semana e, além da urina com sangue, sente dores de bexiga, nas costas e de cabeça. Explicou que consome água da lagoa, há muito tempo, "por não haver água canalizada no bairro Bumba”, onde desenvolve a actividade agrícola.
Com os mesmos sintomas, encontra-se Adélia Tinete, residente em Viana, mas que fica a maior parte do tempo no bairro Cajindungo, onde trabalha no campo. Tinete está com uma infecção vaginal, supostamente devido ao uso da água da lagoa.
Para minimizar os sintomas foram distribuídos desparasitantes, além da deposição de pesticidas em lagoas para eliminar as larvas.
Na ocasião, foram detectados casos de malnutrição, tuberculose, hipertireoidismo (bócio), malária, hipertensão, tendo na sequência sido distribuídos fármacos para combater as patologias e fornecidos folhetos informativos.
Jornal de Angola
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