“Choro” de crocodilo



A propósito do primeiro aniversário da morte de José Eduardo dos Santos, a 08.07.22, em Barcelona, Espanha, o Bureau Político do MPLA, de que o falecido é presidente emérito, emitiu um comunicado com o seguinte teor:

  

«Assinala-se hoje, 8 de Julho de 2023, um ano desde que morreu o Presidente Emérito do MPLA e ex-Presidente da República de Angola, Engenheiro José Eduardo dos Santos, infortúnio ocorrido na cidade de Barcelona, Reino de Espanha, em 2022.

É, pois, com profunda resignação que o Bureau Político do Comité Central do MPLA, em nome dos seus militantes, simpatizantes e amigos, recorda a data, com incontida dor, sentimento que se perpectua no coração do Povo Angolano em geral, e dos familiares, que ainda choram pela morte do malogrado Presidente Emérito do MPLA.

Por tudo quanto fez pelo engrandecimento do Partido e da Nação, o Bureau Político exorta o Povo Angolano para a necessidade de juntos, com assinalável grau de compromisso com o bem comum, continuar a lutar e a trabalhar a fim de manter a Paz e a Reconciliação Nacional, enquanto actos que compaginam a maior obra do Estadista José Eduardo dos Santos.



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O Bureau Político do Comité Central do MPLA enaltece o valente empenho nacionalista e patriótico, bem como outras acções desenvolvidas pelo Camarada José Eduardo dos Santos que permitiram manter o MPLA no trilho dos ideais do Manifesto da sua constituição, apesar das metamorfoses impostas pela dinâmica social no contexto local e internacional, bem como a firmeza na condução dos desígnios da República de Angola.

Decorrido um ano, Angola e os Angolanos continuam resignados pelo desaparecimento físico de um dos seus melhores filhos, cuja entrega incondicional à causa do povo e o amor à Pátria elevaram-no ao panteão das individualidades de referência universal, detentoras de irrefutáveis índices de verticalidade e dimensão humanas.

O Bureau Político do Comité Central do MPLA apela a toda Nação Angolana no sentido de neste primeiro aniversário da morte do malogrado Presidente Emérito José Eduardo dos Santos, transformar a data numa jornada de reflexão em torno dos objectivos almejados para a prossecução do bem estar do Povo Angolano, imbuídos do espírito de que ”O MAIS IMPORTANTE É RESOLVER OS PROBLEMAS DO POVO”.

Eterna Paz à Sua Alma!

Descanse em Paz.

MPLA – TRABALHAR MAIS E COMUNICAR MELHOR

A LUTA CONTINUA

A VITÓRIA É CERTA.

LUANDA, 08 DE JULHO DE 2023.

O BUREAU POLÍTICO»

No sábado passado, a Associação dos Naturais e Amigos de Luanda (Axiluanda), familiares da viúva Ana Paula dos Santos e a FESA promoveram, na Igreja de  Jesus, à baixa de Luanda, uma missa em memória do falecido Presidente da República de Angola.

Embora tenha enaltecido, na declaração acima, “o valente empenho nacionalista e patriótico, bem como outras acções desenvolvidas pelo Camarada José Eduardo dos Santos” e exortado “o  Povo Angolano para a necessidade de juntos, com assinalável grau de compromisso com o bem comum, continuar a lutar e a trabalhar a fim de manter a Paz e a Reconciliação Nacional, enquanto actos que compaginam a maior obra do Estadista José Eduardo dos Santos”, nenhum membro do Bureau Político do MPLA se fez presente à missa.

O “mais alto dirigente” do MPLA que colocou os seus afazeres de lado e foi consolar a família do malogrado é Dino Matrosse Na foto), um veterano do “BP”, de que foi afastado, sem aviso prévio, no VIII congresso do partido, realizado em Dezembro de 2021.

Joana Lina, uma antiga e influente membro do BP, de que foi defenestrada também no referido congresso, também se fez presente. Ela é comadre do antigo primeiro casal. 

Da nova geração de militantes que ascendeu ao Comité Central e Bureau Político não se viu vivalma. Nem mesmo aqueles que, não há muitos anos, "diagnosticaram" em José Eduardo dos Santos qualidades raras num ser humano e, por isso, o queriam multiplicado  por três se dignaram a ir a uma simples missa que não durou mais do que uma hora.

A ausência de dirigentes do MPLA da  esvazia completamente o comunicado supra e coloca os angolanos perante a legítima convicção de que “este” MPLA está mais para a onça do que para seu amigo.

A afirmação de que “recorda a data, com incontida dor, sentimento que se perpectua no coração do Povo Angolano em geral, e dos familiares, que ainda choram pela morte do malogrado Presidente Emérito do MPLA” é um grandioso monumento ao cinismo e um sonoro “choro” de crocodilo.

Graça Campos 

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