Angola | O FIM DA PICADA – Artur Queiroz



Um cataclismo arrasou todos os livros, todos os jornais, todos os documentos, todas as fontes vivas e só ficou uma reportagem publicada no Jornal de Angola sobre o Bairro Cassenda. É o fim da picada. Porque o esforçado repórter escreveu um longuíssimo texto com base em fontes vivas que o enganaram. Daí resultou uma falsificação imprópria do Jornalismo mas de acordo com as deturpações e mentiras reinantes nos Media mundiais. Com o mal dos outros posso eu bem. 

Na reportagem é referido o Colégio Monte Sol. Mas o estabelecimento de ensino secundário chamava-se Montessori em homenagem a Maria Tecla Artemisia Montessori, educadora e pedagoga italiana que também era médica. Criou um método educativo que assentava na liberdade como motor do desenvolvimento físico e mental das crianças. 

Sei destas coisas porque fui professor nessa escola, revolucionária na época. Vocês pensam que os gajos do mato só podem ser zungueiros e roboteiros? Estão enganados. Os grandes sábios angolanos que conheço são oriundos das províncias. Não revelo os seus nomes porque podem ser perseguidos. É sábia ou sábio? Lixo com eles.

O esforçado repórter (não teve culpa nenhuma de ser aldrabado) diz que o bairro era habitado pelas elites coloniais. Nada mais falso. Nasceu como bairro clandestino em terrenos baldios nas cercanias do Aeroporto 4 de Fevereiro (Craveiro Lopes na época), em meados dos anos 60. 

A Câmara Municipal de Luanda legalizou as casas e urbanizou o que ainda faltava, para evitar construções anárquicas. Lá viviam colonos pobres. Tão pobres que as filhas e filhos tinham descontos nas propinas ou pagavam-nas a prestações no Colégio Montessori. No bairro também viviam funcionários públicos angolanos, elites africanas. Empobrecidas. Filhas e filhos não pagavam propinas! Nada de especial. Eram poucos…


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A parte mais grave tem a ver com a figura do jornalista Charula de Azevedo, na época director da revista “Notícia”. O repórter diz que ele fez uma reportagem no bairro denunciando os “bufos” da PIDE. Nessa época o Charula já não fazia reportagens, era director, Mas sim, existiu uma grande reportagem na “Notícia” sobre o Cassenda. Título: Um Bairro para Surdos”. Autor. Jaime de Saint Maurice, um dos maiores repórteres angolanos de sempre. 

O aeroporto de Luanda já tinha muito movimento das linhas nacionais (DTA hoje TAAG) e internacionais. Os roncos dos motores eram infernais. Mesmo de dia. À noite o ruído era demasiado. Só mesmo surdos podiam viver ali. O repórter diz que o bairro era muito procurado porque tinha vistas sobre os aviões que descolavam e aterravam…

Se um repórter ousasse publicar uma reportagem sobre os “bufos” da PIDE o mínimo que lhe podia acontecer era a prisão. João Charula de Azevedo era a favor da independência branca. Destacou-o com artigos de fundo apoiando essa solução. 

Como repórter ficou famoso com a cobertura de operações na guerra colonial contra os “turras”. Cuidado com as imitações! A reportagem do Jornal de Angola tem mais incorrecções graves mas estas são as que merecem uma intervenção para que amanhã não seja falsificada a História do Jornalismo Angolano. Já tinha 120 anos de existência no dia da Independência Nacional. 

O meu consultor para os assuntos militares explicou-me cabalmente o que significa a decisão de Joe Biden enviar bombas de fragmentação para a Ucrânia. É o fim da picada! Essas armas são apenas usadas por forças na defensiva. Acontece que as tropas da OTAN (ou NATO), União Europeia e do estado terrorista mais perigoso do mundo estão a fazer uma ofensiva contra as forças russas. Sabem o que vai acontecer? Uma razia! 

As forças da Federação Russa estão na defensiva. Os chefes militares têm agora luz verde para usarem essas armas terríveis contra as forças inimigas na ofensiva. O estado terrorista mais perigoso do mundo quer ver-se livre dos nazis de Kiev.

 É o princípio do fim da picada. Washington perdeu a guerra da Coreia. Perdeu a guerra do Vietname, apesar das bombas de napalm e armas químicas. Perdeu a guerra de Angola apesar dos sicários da UNITA e dos racistas de Pretória. Perdeu a guerra do Iraque e continua a perder. Perdeu a guerra da Síria e ainda tem que sustentar os degoladores do Estado Islâmico que a CIA inventou. Perdeu a guerra do Afeganistão fugindo com o rabo entre as pernas. As tropas de ocupação bateram um xangui de boçal! Joe Biden está prestes a perder a guerra da Ucrânia. 

Ao contrário do que dizem generais portugueses que aparecem diariamente nas televisões de Portugal. Segundo esses cabos de guerra a Ucrânia já ganhou. O ocidente infringiu uma derrota estratégica à Rússia, Putin está de rastos. A Federação Russa acabou. Procurei saber o que leva homens que chegaram ao topo das forças armadas portugueses a comportarem-se como vulgares propagandistas e aldrabões. Os militares de todas as latitudes e longitudes prezam muito a honra. Um militar desonrado está morto. Então que se passa com figuras de opereta como Isidro de Morais Pereira?

Não consegui obter elementos concretos. Mas especulando tanto como ele e seus parceiros de negócios penso que o problema é muito grave. As esposas andam na mata de Monsanto a fazer “bicos” por 20 euros, as filhas no “trottoir” junto ao Técnico e nos botecos nocturnos de prostituição. Querem ganhar uns trocos para resgatar a família. Tirar as esposas e filhas da “má vida”. Por cada mentira que dizem, recebem um pagamento igual ou superior a uma semana de prostituição na mata de Monsanto. Portanto, temos um problema humanitário muito sério.

É mesmo o fim da picada!


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