A tremenda gralha dos 80 mil elefantes e a fome que ignora a protecção das espécies em extinção



A actual situação que vivemos aparentemente tem arrastado a nossa essência, enquanto ser humano "pensante" que vive num planeta que carece de mais protecção em decorrência das alterações climáticas. Ou seja, a fome arranca-nos o raciocínio. Embora, teimosamente, julgo que, por outro lado, seja uma questão de educação, pouco interesse de quem sempre governa em melhorar as condições sociais. Noutras latitudes discute-se a sustentabilidade, a vida para além da Terra, e nós, aqui, discutimos pão e chá açucarado na mesa para matar a fome.


É um desafio gigantesco para países do último mundo discutirem questões de sustentabilidade, com as devidas excepções daqueles que investiram fortemente na educação. E, certamente, Angola integra a lista dos que terão uma luta frenética na referida abordagem que contrasta com a pobreza gritante e baixa qualidade de educação a que os angolanos são submetidos. E uma das muitas evidências é a recente oferta, do Botswana, de 8 mil elefantes, recebida pelo Presidente da República. Criou um alarido nas redes sociais, com o facto de determinados órgãos de comunicação social, inclusive um público, publicar que o país recebeu 80 mil elefantes. Uma tremenda gralha, pois, entendo, o Botswana, com uma população de elefantes estimada em mais de 130 mil, segundo dados de 2018, nunca ofertará mais de metade dos seus animais, por sinal em vias de extinção em muitos países africanos.



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O curioso é que até determinados intelectuais caíram no erro, partilhando com uma pitada de crítica a oferta, com argumentos de não ser (o repovoamento de elefantes) prioridade.


Vejamos, em 2016, o Grande Censo do Elefante (GCE) estimou que Angola perde em cada ano 10% dos elefantes. Na altura, na parte sul, onde tem mais população deste animal, contabilizavam-se apenas 3.400 elefantes, grande parte nem eram nossos. Bastante preocupante, se olharmos para a taxa de mortalidade. Segundo dados do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação, antes da independência, o país contava com uma população de elefantes estimada em mais de 70 mil. O GCE, uma iniciativa do Botswana, indicou ainda que a caça furtiva e invasão do habitat (pelos seres pensantes), como as principais razões da redução do animal em Angola.


A grande preocupação que teríamos, de facto, é a protecção e controlo da espécie. É necessário que o Governo comece a monitorar os animais, aumentar a fiscalização (Angola é dos países com pouca cobertura de fiscalização. Há grandes zonas de protecção que os efectivos de fiscalização nem chegam a 5 homens. As FAA e seus desmobilizados podiam ajudar), revisar a lei de bases do Ambiente, de modo a punir severa e exemplarmente os caçadores furtivos, bem como investir na educação e impedir a invasão do habitat animal. E não se faz sozinho, é necessário parcerias com privados. Se o plano for bem traçado, o mercado será apetecível, e os bancos poderão conceder crédito no âmbito do ESG. E, deste modo, estaríamos a criar mais empregos e fomentar o turismo, à semelhança do que fazem Botswana, Namíbia e outros países. Isso também é diversificar a economia, meus senhores.


Devemos aproveitar a oferta do Botswana, assim como da Namíbia, com as girafas. Não é apenas um ganho para a conservação da espécie em Angola, mas, sim, para a região. Aliás, os animais não são estáticos, haverá transumância entre o nosso país, Namíbia e o Botswana.


A conservação da biodiversidade, importa!


Por: Guilherme Francisco




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