A Polícia Nacional angolana deteve por dois dias, o famoso músico Pedro do Bié, por ter sido apanhado, sábado, 17, sentado, no mercado “Pouca da vergonha”, na cidade do Cuito, usando uma camisola, com os dizeres “Bié não é Bengo, deem oportunidade aos empresários locais”.
Os referidos dizeres fazem alusão a uma onda de contestação, em que varias figuras da província do Bié, acusam o governador provincial Alfredo Pereira, de priorizar nos contratos a empresas de amigos levadas de Luanda, e do Bengo, sua terra natal, dando como o exemplo da ANIL, LDA, da GIL CHINDAY LDA, e da MSTR - Comércio, Engenharia e Construção, Limitada.
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Apesar deste neste dia não ter estado previsto nenhuma manifestação na província do Bié, a Polícia Nacional, considerou que com aqueles dizeres (na camisola), o músico cometeu o crime de ultraje ao Estado angolano. Foi também suspeito de que poderia se juntar a uma possível manifestação contra a subida do preço dos combustíveis.
Pedro do Bié, foi levado a julgamento sumário neste sábado, 19, e absolvido, por se provar que os dizeres da sua camisola não tem acolhimento aos artigos do código penal de Angola que tipificam o crime de ultraje ao Estado angolano e aos seus símbolos nacionais.
O músico foi devolvido a liberdade logo após ao julgamento.
De lembrar que a Polícia Nacional angolana tem estado a prender vários ativistas sob a falsa acusação de crimes de ultraje. Neste mesmo sábado, o SIC raptou quatro ativistas em suas casas na província do Huambo, a pretexto de que iriam cometer crimes de rebelião. A operação dos raptos, é atribuída a delegada província do SINSE, “Tina”, apontada como a entidade que deu instruções aos homens do SIC.
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