É de assinalar a coragem revelada pelo ministro da Economia e Planeamento, Mário Augusto Caetano João, que esteve esta noite no programa "Directo ao Ponto" da TV Zimbo, a apresentar a Agenda 2050 do governo angolano.
É a primeira vez que um governante angolano dá o rosto ao manifesto por essa agenda de longo prazo, que está a ser recebido com enorme desconfiança por sectores não desprezíveis da sociedade.
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Mário Caetano ficaria bem na fotografia se não estivesse como que a pisar num terreno cheio de minas e armadilhas. Neste momento, por mais boas intenções que tenha tido, muito daquilo com que nos tentou axadrezar as cabeças não tem condições de não parecer senão um filme de ficção científica.
Há décadas que as mesmas teses vêm sendo defendidas como aquelas que colocarão Angola na rota do progresso e do desenvolvimento e que por via delas os angolanos terão o seu lugar ao sol.
Mas o que na verdade está a acontecer é que fomos e viemos e o País não descolou da miséria e da fome com que se debate, aparatosamente, a maioria esmagadora dos cidadãos.
Realmente, os angolanos já não estão dispostos a engolir qualquer patranha que o regime pretenda enfiar-lhes pela goela a dentro. Ninguém mais está com pachorra para aturar certo tipo de promessas inexequiveis.
O cenário que estamos a viver neste momento exacto de 2023, com Angola a roçar o meio século de independência, é de autêntico horror.
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