O CASO BENEDITO E A EXONERAÇÃO DE MANUEL NUNES JR - JOSÉ GAMA



Em fevereiro de 2007, o  Governo enfrentava,  protestos  de  populares no município da  Samba,  que solicitavam, reparo das suas casas que haviam sido destruídas pelas  fortes chuvadas que assolavam Luanda. Logo, a seguir, as autoridades  trouxeram a público uma informação que acusava o histórico da FNLA, Ngola Kabango, de manter sob cárcere privado, durante dez anos, um ex-combatente da extinta UPA,  Alberto Benedito.   Depois do levantamento do assunto do “cárcere privado”, as  pessoas deixaram de debater sobre os danos  provocados pelas chuvas e as discussões viraram-se para o chamado caso “Benedito”.  Passado alguns dias  depois,   Kabangu apareceu nas rádios e jornais não ligados ao Governo tendo  apresentado a sua versão e igualmente um médico que cuidava do doente desmentindo assim a versão do regime que insinuava que Benedito  estava sob cativeiro.


Há poucos dias haviam  tensões nas províncias do Huambo, Huila e Zaire, por causa do aumento dos preços dos combustíveis.  Os populares anunciaram também uma manifestação nacional  para protestar contra a subida dos preços do combustível, o fim da venda ambulante e a proposta de lei das ONG. 



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Nesta quinta-feira, 8, o governo  anunciou a exoneração do Ministro -  chefe do  grupo econômico Manuel Nunes Jr  que foi substituído pelo governador do BNA, José de Lima Massano.  Desde o anuncio da exoneração, as tensões  entre polícia e população atenuaram. As pessoas deixaram de debater  sobre os  preços dos combustíveis, para  debater sobre a alegada incompetência de Manuel Nunes Júnior, que é agora apresentado como culpado  pela gestão da subida do precário dos combustíveis. Os partidos da oposição também são desviados: Passam a debater sobre eventuais lacunas do despacho  presidencial que nomeou José Massano, e colocam de parte,  a exigência que visava pedir responsabilização aos polícias que mataram na província do Huambo. 


Os dois exemplos  ilustrados  tem acolhimento  no livro "Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass Media", publicado em 1988, pelo sociólogo Noam Chomsky.  Nesse livro, Chomsky e o coautor Edward S. Herman discutem como a mídia é usada para controlar e manipular a opinião pública, e apresentam uma análise crítica das estratégias utilizadas pelos meios de comunicação para moldar a percepção do público em relação a determinados assuntos. O público deixa de pensar os  problemas essencialmente importantes, para voltar se ocupar com os seus afazeres diários.  




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