Angola continua no ‘top 20’ dos países economicamente mais miseráveis do mundo, ocupando agora a 13.ª posição, apesar de ter descido cinco lugares em relação aos últimos resultados. Os dados constam do ranking elaborado por Steve Hanke — um renomado professor de Economia Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos da América (EUA).
Comummente conhecido como Índice Anual de Miséria Hanke, os dados ora divulgados reflectem o estudo referente ao ano de 2022, e reúne um compilado de 157 países.
Em África, Angola é o terceiro país mais “infeliz economicamente”, seguido do Sudão, que é o quinto no mundo e o segundo no ‘continente berço’. Porém, já no ranking global, Zimbabwe, Venezuela e a Síria lideram o ‘top 3’ da lista elaborada pelo professor Steve Hanke.
O Hanke’s 2022 Misery Index, divulgado no dia 18 de Maio, mede os países com base nas taxas de desemprego, inflação e dos juros dos créditos bancários, um ranking em que quanto maior a pontuação, maior é o grau de “infelicidade económica”.
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No caso do Zimbabwe (com 414.7 pontos), o factor que mais pesa é a inflação, tendo destronado a Venezuela (330.8). Entretanto, no caso de Angola (93.518), o desemprego é o factor com mais peso na “infelicidade económica” dos cidadãos e que catapulta o país para um dos lugares cimeiros na lista na qual os primeiros são os que estão em pior situação.
“A condição humana situa-se num vasto espectro entre o ‘miserável’ e o ‘feliz’. Na esfera económica, a infelicidade tende a resultar da inflação elevada, dos elevados custos dos empréstimos e do desemprego. A forma mais segura de mitigar essa miséria é através do crescimento económico”, escreve o professor Steve Hanke, no artigo que acompanha a divulgação do ranking.
Segundo o docente, “a comparação das métricas dos países pode dizer-nos muito sobre em que parte do mundo as pessoas estão tristes ou felizes”.
A lista de Hanke é calculada a partir da taxa de desemprego (multiplicada por dois), inflação e as taxas de crédito bancário, menos a variação percentual anual do PIB real per capita, sendo que “valores mais elevados nos três primeiros elementos são maus e tornam as pessoas mais miseráveis”.
O Índice de Miséria teve origem em Arthur Okun, presidente do Conselho de Consultores Económicos, durante a administração do Presidente Johnson, para calcular a miséria nos EUA, e foi sofrendo alterações ao longo dos tempos, na fórmula de cálculo, assim como no raio de cobertura, que foi alargado a 157 países.
Hanke alterou a versão de Roberto Barro, da Universidade de Harvard, substituindo o hiato do produto pela taxa de crescimento do PIB real per capita e o rendimento das obrigações do Tesouro a 30 anos pelas taxas de juro dos empréstimos.
“Afinal, taxas de juro mais elevadas significam crédito mais caro e mais miséria para os mutuários”, explica o economista.
Este ano, Hanke fez uma nova alteração e duplicou a componente da taxa de desemprego, seguindo uma recomendação do colunista do Wall Street Journal, Josh Zumbrun, que defendeu que o “desemprego deveria ter um peso maior” dada as suas implicações na capacidade das pessoas de obterem rendimentos.
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