Tenente General Rui Ferreira, comandante da Região Militar de Luanda e o comandante da Polícia Nacional no Município do Talatona, Joaquim do Rosário usam instituições do Estado para roubarem terrenos



O director da Sociedade Konda Marta, no município de Talatona, em Luanda, denúncia novas “investidas” para a contínua expropriação de terrenos localizados no Distrito Urbano da Cidade Universitária, numa disputa em que são apontadas altas patentes das Forças Armadas Angolanas (FAA), da Polícia Nacional (PN) e funcionários seniores da Administração de Talatona.



O conflito fundiário na zona do 11 de Novembro, na capital do país, dura há vários anos, tendo como rostos de supostos envolvidos na expropriação o Tenente General Rui Ferreira, comandante da Região Militar de Luanda e o comandante da Polícia Nacional no Município do Talatona, Joaquim do Rosário, que segundo os camponeses que defendem os seus terrenos, usam instituições do Estado angolano (forças de defesa e segurança), para satisfazer os interesses pessoais na venda dos terrenos em causa.

 



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Uma das parcelas de mais de 30 hectares localizadas nas proximidades do Instituto Superior Kalandula defronte ao Kibabo foi retirada a força da Sociedade Konda Marta e vendida a um grupo de empresários chineses, um negócio que envolve as altas patentes acima referenciadas, mas que os camponeses tudo fizeram pela a recuperação.

 

Em conferência de imprensa, o também Tenente Coronel das FAA, Daniel Neto, denunciou ainda que o comandante do Talatona, Joaquim Dadinho do Rosário, para não “dar a cara”, usa os efectivos da Polícia Nacional, e tem como seu “homem de campo” identificado apenas por Sebastião (agente da polícia), que nos últimos dias, tem feito rondas nos terrenos acompanhado de patrulhas da Polícia.

 

O Club-K apurou que, para dar continuidade das obras de construção de condomínios que estão a nascer nos terrenos já usurpados, têm sido forjados processos crimes contra Daniel Neto com mandados de captura, que já resultaram em três prisões sem nunca ter sido levado ao julgamento por não existirem provas dos crimes de que tem sido acusado.

 

No negócio, o grupo é suportado por oficiais da Polícia Nacional (PN), do Serviço de Investigação Criminal (SIC), alguns procuradores da PGR junto do SIC, altos funcionários da Empresa de Gestão de Terrenos Infraestruturados (EGTI), bem como de empresários estrangeiros, nomeadamente chineses.

 

Assinalou de igual modo o nome de Ivo Cristão, da EGTI, que tem colaborado com a Administração Municipal do Talatona e do Distrito da Cidade Universitária, com o suporte dos Comandantes da Polícia de Talatona e da Região Militar de Luanda, Joaquim do Rosário e Rui Ferreira, respectivamente, defendem os interesses dos cidadãos chineses, que terão pagado milhões de kwanzas para a aquisição do prédio rústico.

 

O director da Sociedade Konda Marta disse que, “depois de o Presidente da República João Lourenço ter fechado o acesso deliberado às explorações de minerais, as terras despertaram as atenções destes tornando-se suas novas minas”, considerou.

 

Revelou que as suas contas bancárias continuam congeladas, devido a que entende ser “capricho” de um Procurador da República junto do SIC Geral e de uma subprocuradora junto do SIC Luanda, que segundo Daniel Neto, têm interesses nas terras.

 

Apontou igualmente as “artimanhas” do vice-Procurador das Forças Armadas Angolanas, António Ribeiro Leitão, nos mandados de detenção que têm permitido aos “invasores” continuarem com as expropriações dos terrenos.

 

Com a recuperação do terreno comprado pelos chineses das mãos dos “invasores”, estes contrataram um grupo de advogados angolanos para a luta judicial, cujo processo, de acordo com dados apurados, é do conhecimento do Presidente João Lourenço.

 

À imprensa, o empresário Daniel Neto, disse ser defensor da luta contra à corrupção levada a cabo pelo Chefe de Estado angolano, e alertou a João Lourenço a ter cuidado com os seus colaboradores, pois entende que têm fornecido “relatórios falsos” sobre a realidade dos camponeses que diariamente sofrem com a ocupação ilegal das suas terras por figuras que agem em nome do Estado e do Governo, para fins pessoais.




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