Porque não falei ontem do 27 de Maio, perguntam-me- Marcolino Moco



Com razão, porque a data é de uma importância capital pra quem, como eu, sempre se preocupa com as lições do passado. Aliás, nestas páginas, quantas vezes falei do 27 de Maio? Mas tenho para mim que as visitas ao passado nos devem reinstalar imediatamente no presente para prepararmos um futuro, o melhor possível. Infelizmente, aqueles que detêm o poder, hoje, estão bastante longe deste entendimento. Ficou claro que o tão aclamado Perdão do Presidente João Lourenço, em Maio de 2021, não passou (para ele ou para a estrutura que comanda este sistema, mas o PR, até pela acumulação de tantos os poderes, será sempre o responsável por bons e maus julgamentos) de mais uma simulação para disfarçar os horrores de uma mesma filosofia que se mantém. 



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Senão, afinal, não teríamos, poucos meses antes, a matança de Cafunfo, que não teve outro objectivo que amedrontar, em vez de dialogar ou deixar realizar direitos que são inerentes a determinadas comunidades, sem se ter de entender, necessariamente, que se trata de tentativas de secessão do país e matar por isso; o mesmo se diga, mais uns meses atrás, 2020, da morte do jovem Inocêncio Matos; hoje de activistas presos por razões políticas, como o seriam na era colonial, só que pelo menos, nos anos mais avançados desse sistema, com maior dignidade; a ameaça de chacina, em grande escala, exibida a quem se atrevesse a manifestar-se contra a ausência nas eleições  do ano  passado; o que disse no outro dia, sobre escoriações no corpo da esposa de um jornalista por expressar as suas ideias sobre a governação em sentido diferente do regime; as ameaças à mãe do conhecido jornalista Jorge Eurico, dentro da sua própria igreja, com a conivência de um pastor, certamente, amedrontado; tudo isso leva-me a ponderar um pouco mais, para falar de forma útil sobre o passado e terrível 27 de Maio. 

Para ver que quando se fala em entregas, afinal, de corpos que não correspondem aos anunciados, o que configura, exactamente, as pressas na elaboração de tais simulações e dissimulações para aliviar tensões, enquanto se montam outros labirintos de medo, ontem os meios públicos de comunicação apresentaram-nos familiares de vítimas, aparentemente, muito satisfeitos com a generosidade, nunca vista, do PR João Lourenço. 

Por estas e outras razões, prefiro aprofundar reflexões sobre o 27 de Maio, para assim poder continuar a contribuir para que novos 27 de Maio não venham a acontecer.




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