O que sei é que o modo como determinadas informações são divulgadas em alguns canais de internet e não só, deixa clara a ideia de que há jornalistas a trocarem o interesse público pelo interesse das agendas.
Não me vou alongar muito neste ponto, mas os mais esclarecidos já devem ter percebido. Portanto, concentremo-nos em compreender as coisas pelo outro lado da moeda, para no cumprimento das regras do jornalismo, conseguirmos confrontar as fontes, conhecer o contraditório e informar com imparcialidade.
Quem faz uma ronda diária pelos diversos canais de informação na internet, já se deve ter deparado com o título “Joel Perde no Tribunal Supremo", compreendo que o título sirva de chamariz para prender a atenção do leitor, mas o seu conteúdo é excessivamente parcial e preocupante, pois faz menção à transcrição de um acórdão num processo judicial para declarar vitória de uma das partes envolvidas, sem apurar se foi ou não esgotada toda a agenda recursiva, ou seja, narrar que o jogo acabou sem antes ouvir o apito final do árbitro.
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O pior no conteúdo da matéria, é que faz menção de uma vitória contra uma parte que nem sequer está em jogo.
Quando o jogador é afastado do campo por conta de um choque, por mais que queira e ainda que alguns colegas pressionem, só pode reentrar com o aval da equipa médica, o capitão e o treinador não interferem neste processo. Até o árbitro só autoriza a reentrada quando a equipa médica dá o ok, se tal não acontece, o jogo continua e o jogador permanece fora das quatro linhas.
Quem se preocupar em apurar o conteúdo da matéria com imparcialidade, vai facilmente perceber que o acórdão transcrito e que serve de motivação da vitória cantada antes do tempo, ainda não transitou em julgado. Aliás há um recurso interposto por uma das partes e por conta disso, o recomendável é aguardar pela decisão do recurso.
Outra coisa que se percebe com a apuração imparcial e competente é que o visado no título da matéria, não tem como interferir em nenhuma decisão judicial.
Aliás, em matéria jurisdicional, o Presidente do Tribunal Supremo conhece apenas das Reclamações sobre o indeferimento ou retenção de recursos e sobre os recursos relativos aos “Habeas Corpus” vindos do Tribunal da Relação e nada mais, ou seja, nenhum outro processo passa pela sua mesa.
Está declarada a intensão da agenda e escancarada a vergonha jornalística no caso acima analisado e isto, por si só, já julga o conteúdo das restantes matérias publicadas contra a pessoa visada, enfim, não é da minha conta.
Só vos quero lembrar de que as agendas não podem e nem devem confundir identidades.
Jornalismo não defende partes, jornalismo apura factos, confronta as fontes, assegura o contraditório e informa com imparcialidade.
Jornalista não faz justiça, faz notícia!
Afonso Eduardo
Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação
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