O professor Julião era um manco de uma perna natural da Barra do Dande que morava no bairro Sambizanga e lecionava numa das escolas primárias do bairro já desde os idos bom tempo colonial.
Um tipo de boa conversa quando falasse até já parecia que tinha engolido uma cassete com sua pronuncia tão afinada do português que nos deixava a sensação de que fosse um gay.
Pelo timbre da sua voz afinada de forma tal, tão afeminado das vezes que conversei com ele digo sinceramente que cheguei a ter um certo receio.
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De que ele me agarrasse e puxasse para me beijar na boca, pois nunca se notava na sua voz uma entonação grossa como é normal dos homens.
Ele tinha sido detido porque era também um dos que frequentava a famosa comissão popular do bairro Sambizanga onde o mais velho Bernardo ( Nito Alves ) se sentia como um peixe no aquário certo.
Porque causa da qualidade de jovens com formação política já acima da média que encontrava.
Com quem conversa e se reunia como o Betinho e seu tio Mbala Neto, Kiferro e outros tantos que já tinha a política lhes correndo pelo sangue e na ponta da língua.
O professor Julião me recordo dele ainda tão bem como se fosse hoje e até da graduação dos óculos que usava .
Eram : ( O.D. 3.00 Esférico ) - ( 0.75 Cilíndrico ) e ( 165 -Eixo ) segundo o que ele me tinha dito na altura em que lhe emprestei um livro com letras muito pequeninas.
O dia em que foi levado para a morte, ficamos sem a voz mais fina da cela.
Uma voz que nos fazia rir com as anedotas carregadas de humor que nos contava.
Quando não tentava cantar as músicas românticas de Roberto Carlos com aquela sua voz que parecia a de uma mulher infiltrada entre nós.
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